Familiares do jovem de 13 anos que foi morto durante uma operação na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, denunciam que policiais agiram de forma truculenta durante o protesto que marcou os quatro meses do assassinato. Thiago Flausino morreu após ser baleado quando estava na garupa de uma moto no dia 7 de agosto.
Na manifestação realizada na quinta-feira (7), o pai e o tio do do jovem foram detidos por desacato e resistência após um princípio de tumulto. Eles foram algemados até a delegacia da região e liberados cerca de duas horas depois.
O pai de Thiago, Diogo Flausino, nega que tenha desrespeitado os agentes.
A mãe do jovem, Priscila Menezes, destaca que os policiais usaram o spray de pimenta mesmo com a presença de crianças e idosos. A família ainda afirma que os agentes ainda agrediram um amigo de Thiago e a exigir que uma adolescente apagasse um vídeo que havia feito.
A passeata, que reuniu dezenas de pessoas, começou na comunidade e se estendeu até a Linha Amarela. Em nota, a Polícia Militar acusou os manifestantes de terem atirado bombas contra os policiais e obstruído a via expressa.
Segundo o primo de Thiago, Silvio Cezar, explosivos foram usados apenas para chamar atenção e, em nenhum momento, foram disparados na direção dos agentes.
Sobre a morte do jovem, um relatório da Polícia Militar feito após uma investigação conduzida pela própria família apontou que os agentes tentaram incluir uma arma de fogo no local do crime para incriminar a vítima. O documento ainda mostrou que os policiais usaram carros particulares e não viaturas descaracterizadas.
Quatro PMs chegaram a ficar um mês presos por fraude, mas estão soltos desde outubro. Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos estão proibidos de manter contato com familiares de Thiago, tiveram as armas recolhidas e devem realizar apenas trabalhos administrativos.
O inquérito sobre o assassinato ainda não foi concluído pela Delegacia de Homicídios da Capital.