Famílias e amigos criam regras para evitar brigas em período eleitoral

Entre as medidas estão até a proibição de assuntos relacionados a política

Mariana Albuquerque*

Depois de 2018, a polarização das eleições provocou uma série de sisões, como familiares Agência Brasil/Leandra Felipe
Depois de 2018, a polarização das eleições provocou uma série de sisões, como familiares
Agência Brasil/Leandra Felipe

Depois de 2018, quando a polarização das eleições provocou uma série de sisões, inclusive familiares, a preocupação com o efeito do pleito nas relações interpessoais segue em alta. Difícil é encontrar um grupo de WhatsApp que não tenha registrado uma briga há 4 anos.

Com o aprendizado das eleições anteriores, há quem esteja adotando estratégias para evitar discussões desnecessárias. Entre as medidas estão até a proibição de assuntos relacionados a política.

É o caso da família de Maria Clara Patané, de 21 anos, e do tio. Após discussões em grupo de WhatsApp nas eleições de 2020, ele saiu do grupo da família e não voltou mais. Presencialmente, a família ainda se reúne, mas o assunto política é evitado.

Quando, além das diferenças políticas, os conflitos envolvem o choque de gerações, a preocupação é ainda maior. Até pais e filhos já experimentaram os efeitos dos desentendimentos provocados pela política.

Casais também passam por esta situação.

Ana Paula e Marcos Vianna, de 48 anos, podem ser considerados um exemplo: apesar das opiniões políticas bem diferentes e algumas discussões de vez em quando, o casal afirma que o respeito predomina acima de tudo.

No entanto, os especialistas recomendam: a tolerância às diferenças ainda é o melhor remédio.

A doutora em Psicologia Clínica Cristina Dantas reforça que opniões diferentes não são um ataque ao outro. Para ela, o respeito deve ser ensinado desde criança.

E para quem está evitando o assunto eleições, vai um recado da psicóloga Cristina Dantas: debater pontos de vista distintos é saudável e não é preciso evitar a política para haja uma troca rica.

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