Aos 41 anos, o morador de Petrópolis que caiu na cratera, na Rua Túnel Extravasor, vai ficar com o movimento da perna direita limitado pelo resto da vida. O acidente aconteceu depois do primeiro temporal que matou mais de 230 pessoas na cidade.
O eletricista está internado há cerca de 50 dias, pelo SUS, no hospital particular Santa Teresa. A tíbula, osso do joelho, estourou com o impacto da queda. Uma placa de metal ainda caiu sobre a vítima.
Há meia década, o túnel Extravasor, que fica embaixo da rua com o mesmo nome, padece de manutenção do poder público.
A estrutura foi inaugurada nos anos 70, com o objetivo de escoar a água da chuva na cidade e evitar as inundações. Sem os reparos necessários para acompanhar o crescimento da cidade de Região Serrana, os impactos apareceram nos enormes buracos abertos na via.
A falta de ação do Governo do Rio e da Prefeitura de Petrópolis provocou consequências: Hélio Fernandes Fraguas diz que sente dores 24 horas por dia e não tem perspectiva de alta.
Hoje, cerca de 200 casas e mais de 1000 moradores estão ameaçados por causa da instabilidade do terreno.
O Governo do Rio diz que são necessários R$ 700 milhões para refazer todas as áreas destruídas em Petrópolis. R$ 200 milhões só para o Túnel Extravasor. Recentemente o governador Cláudio Castro, em entrevista à TV Band, disse que não tem dinheiro e que o recurso precisa vir do Governo Federal.
A Secretaria Estadual de Infraestrutura informou que vai começar as obras emergenciais no Túnel Extravasor no fim deste mês. Inicialmente a pasta orçou um gasto de R$ 40 milhões, mas agora atualizou as despesas em aproximadamente R$ 70 milhões. Apesar de estarem previstas para começarem três meses depois do temporal, as ações vão acontecer com dispensa de licitação.