O Ministério Público quer que a Prefeitura do Rio retome a gestão do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas diante de denúncias de irregularidades na administração. A Comissão responsável pela gestão do espaço tem utilizado um CNPJ já baixado junto à Receita Federal. No estacionamento da feira, por exemplo, as notas fiscais para os motoristas que param no local ainda trazem o número já cancelado. Uma das cobranças foi realizada em março, seis meses depois da extinção do CNPJ. Os feirantes questionam o fato de o grupo ainda estar no comando e a validade da formação.
Os membros foram eleitos para gerir o espaço, entre 2019 e 2021, mas permanecem a frente da função por conta de uma briga judicial que gerou o embargo de novas eleições.
A irregularidade na cobrança do estacionamento consta nos autos do processo. Enquanto o julgamento não acontece, os comerciantes relatam extorsão, falta de transparência com os recursos e até ameaças. Eles afirmam ainda que, mesmo pagando condomínio em dia, chegam a ser proibidos de trabalhar nos finais de semana em que acontecem grandes eventos e que ambulantes são levados pelas próprias produtoras de shows para atuar no local.
Um feirante, que teve a identidade preservada e a voz distorcida, afirma que a atual Comissão intimida os trabalhadores e chega a andar armada, dentro do pavilhão.
Uma demanda antiga de comerciantes é a instalação de relógios para a marcação de energia elétrica consumida e hidrômetros individuais, para que as contas sejam pagas por eles diretamente às empresas responsáveis pelo fornecimento dos serviços.
A Secretaria Municipal de Cultura e o Centro de Tradições Nordestinas afirmam que aguardam a conclusão do processo judicial. A direção do pavilhão, no entanto, não respondeu por que usa o CNPJ já baixado na Receita.
Sobre o sistema de cobrança de luz e água, a nota diz que a comissão está em entendimento com a Light e a Águas do Rio para resolver a questão ainda em 2022.