O pedido de federalização da operação mais letal do Rio de Janeiro e de outros três casos de letalidade policial foi encaminhado para o procurador-geral da República, Paulo Gonet. A medida foi tomada pelo Ministério Público Federal, como resposta à solicitação de representantes da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado. O grupo e familiares de pessoas mortas nas operações se reuniram nesta quarta-feira (10) com o procurador da República Eduardo Benones, responsável pelo controle externo da atividade policial.
Em 2021, 28 pessoas, entre elas, um policial, morreram em uma ação policial no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. A operação foi considerada a mais letal da história do Rio. Apenas um óbito gerou um processo judicial.
O procurador Eduardo Benones explica os motivos que podem levar os casos a serem investigados na esfera federal.
Em junho, representantes da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado levaram ao Ministério Público Federal a demanda do desarquivamento e federalização de alguns casos de letalidade policial ocorridos no Rio de Janeiro.
O pedido foi feito após um relatório da Polícia Federal apontar a participação de autoridades públicas estaduais no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e também na obstrução das investigações do caso.
O advogado e representante da Raave, Guilherme Pimentel, afirma que o assassinato levou as famílias de pessoas mortas em operações a se questionarem sobre o arquivamento dos casos.
Além da operação no Jacarezinho, o documento cita outros três casos que podem ser federalizados: os assassinatos de quatro pessoas nos Complexos de favela do Chapadão e da Maré, na Zona Norte do Rio, e na Cidade de Deus, na Zona Oeste.