Uma umbandista acusa um motorista de aplicativo de intolerância religiosa. O episódio aconteceu na segunda-feira (22), em Curicica, na Zona Oeste. A mulher que prefere ser identificada apenas como Tamires, pediu um carro, usando o aplicativo 99. Ela tinha acabado de deixar o terreiro, estava vestida de branco e com guias no pescoço, que são cordões sagrados da religião de matriz africana. Quando tentou entrar no carro, o motorista não abriu as portas e saiu com o veículo.
A cena foi gravada por uma câmera de segurança. Tamires, que está passando por um processo de iniciação, acredita que foi vítima de intolerância religiosa. Ela já procurou a 99 e vai registrar o caso na Polícia Civil.
O centro já existe há mais de quinze anos. Tatiana Castro, que também frequenta o local e é filha da mãe de santo, conta que essa não foi a primeira vez que casos como esse aconteceram.
Intolerância religiosa e crime equiparado ao racismo e à injúria racial. A lei prevê pena de 2 a 5 anos para quem impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas.
Em nota, a disse 99 lamentar profundamente o ocorrido e informou que, “assim que tomou conhecimento do ocorrido, bloqueou o perfil do motorista para análise e mobilizou uma equipe que está buscando contato com a passageira para oferecer suporte e acolhimento”.