O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (((IPHAN))) deve vistoriar a Estação Ferroviária Barão de Mauá, na Zona Norte do Rio, no dia 11 de outubro para verificar as condições dos bens que estão abandonados no local.
Há 18 bens da União na Estação Leopoldina, como é conhecida. Entre eles estão cinco carros, seis locomotivas, dois guindastes e cinco vagões que pertencem ao acervo do Museu do Trem, que está fechado há mais de três anos no Engenho de Dentro. O objetivo do IPHAN é avaliar a necessidade de conservação dos materiais e o modo correto de acondicionamento dos bens para futura elaboração de projeto arquitetônico para restauração do Museu do Trem.
Nos últimos dias, a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central) retirou cerca de 50 toneladas de entulho que estavam no Bem Tombado. O acordo da CENTRAL com o Ministério Público Federal e a União previa a retirada desse material, além da remoção dos vagões, locomotivas, bondes e trilhos, o que ainda não foi feito.
Além disso, a Concessionária Rio Barra e o Governo do Estado ainda não encontraram outro terreno público para abrigar o conjunto de 700 conjuntos de aduelas necessárias ainda para a conclusão das obras da futura Estação Gávea do Metrô, ainda sem perspectiva de ser retomada.
A audiência de conciliação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) entre o Ministério da Economia, SuperVia, Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro e a CENTRAL-RJ para que as discussões sobre os projetos em andamento em relação à Estação Leopoldina avancem foi recusada pela Justiça com a justificativa de que já há decisão judicial que prevê a execução de obras para preservação do imóvel tombado, reforma das áreas de embarque e das plataformas da Estação e implementação de Centro Cultural e Universidade Corporativa no local pela SuperVia.
A União já havia manifestado interesse em retomar a gestão integral da Estação Leopoldina, onde parte pertence ao Estado e foi repassado à SuperVia por meio de concessão, para leiloar o imóvel depois da retirada de todos os bens do local e da contratação de um projeto executivo de restauração, a ser realizado pelo possível adquirente do terreno público. A SuperVia já manifestou que não se opõe ao pedido do Ministério da Economia. No entanto, o Governo do Estado ainda não providenciou o cancelamento do registro do contrato de concessão.
A lei não proíbe a venda de um imóvel tombado, como é o caso da Estação Leopoldina, desde que o edifício seja preservado e conservado.
Em junho, a BandNews FM teve acesso ao interior do histórico edifício, na região central do Rio. No local era possível ver as carcaças do que já foram os vagões da Cruzeiro do Sul, que operou entre Rio X São Paulo nos anos 1930 e 1940, viação inaugurada pelo então presidente Getúlio Vargas. Os bondinhos de Santa Teresa, retirados de circulação, e até os bondinhos do Morro do Corcovado, construídos entre entre 1910 e 1970, também seguem na Estação Leopoldina. Da mesma forma, o prédio também apresenta problemas de manutenção. Há infiltrações no teto, que comprometem a instalação elétrica e queda de rebocos, além da falta de pintura e danificação do piso.
O Ministério da Economia se limitou a dizer que trata o assunto internamente.