Paraguaios em situação análoga à escravidão eram atraídos por oferta de emprego

As vítimas foram libertadas na última sexta-feira e os investigadores já identificaram a pessoa que alugou o espaço da fábrica e também o dono do terreno

Thuany Dossares

As vítimas já trabalhavam com cigarros no seu país de origem Divulgação/Polícia Civil
As vítimas já trabalhavam com cigarros no seu país de origem
Divulgação/Polícia Civil

Os 23 paraguaios que estavam sendo mantidos em situação análoga à escravidão em uma fábrica clandestina de cigarros na Baixada Fluminense, foram atraídos por uma proposta de emprego. 

Segundo a Polícia Civil, as vítimas já trabalhavam com cigarros no Paraguai e há três meses receberam uma oferta para fazer o mesmo serviço em Duque de Caxias, com um salário de R$ 3.500,00. Desse valor, R$ 500,00 seriam pagos para eles em mãos e o restante depositado na conta de parentes no Paraguai.

No entanto, segundo a Polícia, ao desembarcarem no Rio, eles foram levados para a fábrica, localizada em Campos Elísios, encapuzados, tiveram os celulares tomados pelos contrabandistas e a liberdade restringida.

Os investigadores já identificaram o locatário do espaço onde funcionava a fábrica e também o dono do imóvel. Os nomes deles ainda não foram revelados, mas, segundo a corporação, eles serão intimados para prestar depoimento nos próximos dias. 

Sem poder se comunicar com a família e sequer se aproximar do portão do imóvel, as vítimas tinham que produzir, por dia, cerca de 500 caixas de Gift Paraguaí. A Polícia Civil acredita que o lucro mensal dos criminosos pode ultrapassar R$ 500 mil.

Na sexta-feira (8), os 23 paraguaios e um brasileiro foram resgatados por agentes da Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC) e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), além de auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro. 

As vítimas foram encontradas em um alojamento insalubre, mal iluminado e com pouca ventilação.

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