A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União, cumpre mandados de busca e apreensão na casa de Washington Reis, ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador do Rio na chapa de Claudio Castro, do PL.
A força-tarefa investiga um suposto favorecimento na contratação de uma cooperativa de trabalho em Duque de Caxias. Somando o contrato e os aditivos, os valores ultrapassam os R$ 563 milhões em pouco mais de dois anos. O empresário Mário Peixoto também foi alvo da operação.
A investigação, iniciada em janeiro deste ano, aponta que a cooperativa pertence a uma organização criminosa que vem operando no Estado do Rio há décadas desviando recursos públicos.
Segundo a CGU diversos fatos que apontam para o direcionamento de licitação e favorecimento da instituição contratada, tais como: opção por pregão presencial em vez de eletrônico; inserção de cláusulas restritivas no edital; falta de clareza na definição dos serviços e quantitativos objeto da contratação; descumprimento de cláusulas editalícias; e evidente afronta ao princípio da segregação de função.
A alocação de recursos públicos na execução do contrato analisado alcançou o montante de quase R$ 414 milhões de março de 2020 a março de 2022, sendo R$ 142,8 milhões provenientes de recursos federais transferidos do Sistema Único de Saúde (SUS) para o Fundo Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Washington Reis disse que atendeu aos policiais que estiveram na casa dele e se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Segundo a PF nada foi encontrado.
Questionado o governador e candidato à reeleição, Claudio Castro, afirmou que respeita o trabalho da Polícia Federal e da CGU e aguarda os desdobramentos da operação.
A operação acontece nos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Maricá, Angra dos Reis, Mesquita, Niterói e Nova Iguaçu. São cumpridos 27 mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas que ocupam diferentes funções.
A defesa de Mário Peixoto disse que a operação causa perplexidade, mais uma vez, pela quantidade de erros graves contidos na representação policial que originou a decisão de busca e apreensão.