PF indica Bombeiro como líder de quadrilha de tráfico de animais silvestres

O sargento Fabiano Gouveia foi preso de forma preventiva nesta terça-feira (12), durante uma operação da Polícia Federal

Por Clara Nery

PF indica Bombeiro como líder de quadrilha de tráfico de animais silvestres
Polícia Federal
Agência Brasil

Uma investigação da Polícia Federal aponta um bombeiro como responsável por chefiar uma quadrilha especializada na captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres, incluindo espécies em extinção. O sargento Fabiano Gouveia foi preso de forma preventiva nesta terça-feira (12), durante uma operação da PF. Os agentes ainda cumpriram outros dois mandados de prisão contra um casal. O tatuador Renan de Oliveira, conhecido como Johny Tattoo, e a esposa dele participavam da venda dos animais.

Na casa deles, ainda foram encontradas sete armas de fogo. Renan e Fabiano foram presos em flagrante por porte ilegal de arma.

Na ação desta terça-feira, os policiais encontraram na casa do bombeiro Fabiano Gouveia, em Maricá, um pônei debilitado preso em um trailer.  Em Niterói, foram apreendidas cobras em caixas.

Outros 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cinco municípios da Região Metropolitana do Rio: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.

Segundo as investigações, a quadrilha falsificava documentos e selos públicos do Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e do Instituto Estadual do Ambiente.

Funcionários dos órgãos, um policial militar, veterinários e uma estudante de veterinária também foram alvo de investigação, como explica o delegado da Polícia Federal Renato Gentile.

A apreensão de macacos na casa da influenciadora Nicole Bahls, no início de 2023, deu início à investigação que culminou na operação desta terça. Na época, a influenciadora chegou a falar sobre o caso.

Os animais eram pegos na mata, submetidos a maus-tratos e vendidos por até R$ 120 mil nas redes sociais. O grupo pode ter lucrado em apenas um ano mais de R$ 15 milhões.

A PF descobriu que pelo menos 120 macacos-prego foram traficados, incluindo macacos-prego-de-crista, ameaçados de extinção. Também eram vendidos iguanas, cervos, araras, papagaios e outros pássaros.

A maior parte dos animais era vendida através de ofertas nas redes sociais ou em aplicativos de conversa.

Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. As penas podem alcançar 58 anos de reclusão.

Em nota, o Inea afirmou que não compactua com desvios de conduta e que os alvos da operação são ex-servidores.

Já a Corregedoria da PM instaurou um procedimento administrativo disciplinar. A Corregedoria do Corpo de Bombeiros informou que está à disposição das autoridades para colaborar nas investigações.

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