Os planos de saúde individuais e familiares podem ficar até 15,5% mais caros. Isso porque a Agência Nacional de Saúde Suplementar aprovou durante reunião extraordinária nesta terça-feira (26) o índice máximo de reajuste para o período de maio de 2022 a abril de 2023.
A medida deve impactar contratos de cerca de 8 milhões de beneficiários em todo país. De acordo com os dados da série histórica da própria ANS, esse é o maior porcentual autorizado pelo órgão desde o ano 2000. Até então, o valor mais alto registrado era o de 13,57% em 2016.
Durante o encontro, que ocorreu de forma on-line, o diretor-presidente da Agência, Paulo Rebello, lembrou como a pandemia de Covid-19 impactou o setor. Ele também pontuou que a metodologia utilizada é a mesma dos anos anteriores.
Dos membros da diretoria da ANS, a diretora de fiscalização Eliane Aparecida de Castro foi a única a votar contra a alteração.
Na reunião, a Agência Nacional de Saúde Suplementar apresentou quais cálculos foram utilizados para chegar ao índice. A metodologia levou em considerações questões como o aumento da inflação e também a variação de receita por faixa etária, a intensidade de utilização dos planos pelos clientes e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Segundo o advogado especialista em Saúde, Marcelo Falcão, existe a possibilidade de clientes acionarem a Justiça.
O reajuste pode ser aplicado por operadoras a partir do aniversário da contratação do plano. Ou seja, o teto máximo de aumento pode ser usado como referência até abril do ano que vem.
Vale lembrar que em 2020, a ANS suspendeu o reajuste anual devido à pandemia de Covid-19. Já no ano passado, em ação inédita até então, o órgão determinou um reajuste negativo de 8,19%.