Policiais Militares presos na operação Os Mercenários, do Ministério Público do Rio, foram flagrados em grupos privados de WhatsApp, falando abertamente sobre o sequestro de traficantes e sobre operações forjadas para conseguir roubar dinheiro do crime.
Em uma das conversas, o Sargento Oly do Socorro Biage indica ao Sargento Adelmo Guereni que ele vá a uma favela considerada um "shopping". O local é indicado a PMs que desejam o que é chamado de "saque rápido", uma alusão à propina ou roubo de valores dos traficantes.
Os policiais e informantes combinam ataques aos traficantes sempre visando o dinheiro que seria arrecadado.
No grupo de WhatsApp usado pelos policiais militares para combinar as ações criminosas, eles mesmos se chamavam de "os mercenários". Segundo MP, quatro policiais exigiram R$ 1 milhão para liberar um traficante sequestrado de uma favela da Zona Sul do Rio. Em outro caso, um informante apresenta um esquema para o grupo contra traficantes que fazem delivery de droga.
Um vídeo apreendido pelo MP mostra os policiais obrigando o traficante a pedir um resgate aos comparsas.
Em maio desse ano, nove dos 13 policiais denunciados foram presos. Entre os investigados estavam o tenente-coronel André Araújo de Oliveira, que foi afastado do Batalhão de Duque de Caxias e o chefe do serviço reservado do batalhão, o capitão Anderson Santos Orrico. Contra os dois havia mandados de busca e apreensão. Na casa de Orrico, agentes apreenderam R$96 mil.