A Polícia Civil investiga a morte do mecânico Ronan Silva Pinheiro, de 30 anos, que foi baleado, no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no último domingo (4). Familiares acusam um policial militar, lotado no Batalhão de Botafogo, de ser o responsável pelo disparo. O soldado Renan Leite Santo já prestou depoimento e confessou ter atirado. A PM disse que o agente teria sofrido uma tentativa de assalto e que o homem que foi morto seria um dos suspeitos do suposto crime.
Lohan, como é conhecido, chegou a ser socorrido para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). Ele já chegou em estado grave, passou por uma cirurgia de emergência e ficou internado no CTI, porém, não resistiu aos ferimentos e faleceu nesta terça-feira (6).
Segundo Robert Silva Pinheiri, irmão da vítima, o soldado estava bêbado e chegou a ir atrás de Lohan em casa depois de ter atirado contra ele.
Além de Lohan, outros dois homens foram baleados pelo policial. Wanderson Patrick dos Santos, de 27 anos, foi atingido no tórax e abdômen, e Geovane de Carvalho, de 32, na mão direita.
Os três foram socorridos para o mesmo hospital. Wanderson passou por cirurgia de emergência e apresenta estado de saúde grave, porém estável. Já Geovane fez raio-X que não apontou fratura e, após reavaliação, recebeu alta com orientações médicas.
Geovane afirma que é injusta a acusação de roubo contra ele e as outras vítimas.
Segundo fontes da Polícia Civil, em depoimento na delegacia, o policial apenas alegou legítima defesa e não relatou ter sofrido nenhuma tentativa de assalto, como informou a nota da PM. Ele relatou que achou que seria agredido por um homem de moto e que atirou contra ele. Em seguida, pessoas o cercaram e para dispersar a multidão ele efetuou disparos contra mais duas vítimas
Procurada, a PM informou que um procedimento apuratório interno sobre o fato foi instaurado e que a 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar acompanha o caso.
Logo após a notícia da morte de Lohan, na tarde de terça-feira, moradores da região fizeram um protesto. As manifestações começaram em frente a casa da vítima e se estenderam até o Centro do bairro, onde um ônibus foi incendiado.
Militares do Batalhão de Mesquita (20º BPM) foram acionados para checar informações de que populares tentaram invadir a residência de familiares do policial militar. De acordo com o comando da unidade, após a tentativa de invasão à casa do agente, um grupo de pessoas tentou iniciar uma manifestação. A situação foi estabilizada pelos agentes e o policiamento reforçado na região.