O homem preso em Queimados, na Baixada Fluminense, por aplicar o "golpe do falso emprego" monitorava há meses a ação policial para evitar ser detido, segundo a Polícia Civil. Marcelo Baiense Varges, de 45 anos, é apontado pelos investigadores por aplicar crimes de estelionato em desempregados. Ele divulgava vagas de empregos e exigia valores para matricular as vítimas num suposto curso exigido pelas empresas recrutadoras.
Segundo o delegado Ângelo Lages, o suspeito ofertava falsas vagas de trabalho em grandes empresas estatais, com supostos salários variando entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Para os candidatos ele dizia que era necessário o pagamento de uma taxa para ingresso em um curso requisitado pelo contratante.
As investigações da Delegacia de Copacabana, na Zona Sul, apontam que várias vítimas chegaram a pegar empréstimos com bancos para conseguir pagar o valor solicitado, mas acabavam sem o emprego e ainda mais endividadas.
Policiais civis cumpriram mandados de prisão preventiva expedidos em 2023 contra Marcelo pelos crimes de estelionato e extorsão.
Segundo os agentes, ciente da existência dos mandados, o acusado instalou câmeras de monitoramento na rua onde mora e passou a acordar cedo para observar possível movimentação policial. Ele já chegou a fugir pelos fundos de sua casa, onde há um matagal, em outras ocasiões.
Marcelo tem 26 passagens pela polícia, em sua maioria por casos de estelionato, cometidos desde 2005. Ele já foi condenado quatro vezes pelo crime de estelionato, além de possuir condenações por roubos. Somadas, as penas já aplicadas ao criminoso chegam a 37 anos de prisão.