A prévia da inflação acelera e fica em 0,33% em novembro. No mês anterior, o índice tinha sido de 0,21%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registra alta no ano de 4,30%.
Já a taxa acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,84%, refletindo uma queda consistente. Com os bons resultados nas últimas divulgações, o Ministério da Fazenda reduziu de 4,85% para 4,66% a projeção de inflação para 2023.
O resultado foi bem recebido pelo mercado, mas as instituições relatam algumas surpresas negativas. A Wealth High Governance destacou que os itens mais sensíveis à política monetária surpreenderam para baixo. A XP informou que os itens voláteis, como alimentação, chamaram a atenção.
Entre os nove grupos pesquisados, oito registraram elevação em novembro. O grupo de Alimentação e bebidas registrou a maior alta, de 0,82%. Entre os produtos que influenciaram o resultado estão a cebola, com aumento de mais de 30%, e a batata-inglesa, que subiu cerca de 14%.
A colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, analisa a volatilidade do setor de alimentos.
"A gente já tinha uma perspectiva de aceleração porque nesse dado do IPCA tinha já a expectativa de que a parte de alimentação viria mais carregada. É uma época do ano que fica mais quente e chove muito."
A visão se soma aos temores do mercado de que os eventos extremos acentuem na virada de 2023 para 2024. O país tem registrado sucessivas ondas de calor e os climatologistas afirmam que o fenômeno El Niño deve durar até abril ou julho do ano que vem.
Quem frequenta os mercados relata que tem percebido o aumento nos preços. A especialista em telecomunicações, Simone Dantas, fala sobre a situação.
"Semanalmente eu vou aos mercados e tenho percebido aumento de alguns itens básicos da nossa alimentação: o arroz, as carnes, as frutas. São alimentos que a gente precisa no dia a dia e os preços não param de crescer", conta ela.
O setor de transportes teve alta de 0,18%, influenciado pelo aumento de 19,03% nas passagens aéreas.