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Sistemas de educação e saúde do Estado do Rio são pautas para novo governo

Segundo o Ministério da Educação, apenas 4% dos estudantes concluem o Ensino Médio com nível adequado em matemática; na Saúde, a falta de estrutura e escassez de medicamentos preocupam

Pedro Dobal

Dois em cada 10 jovens de 15 a 17 anos não estão no Ensino Médio
Dois em cada 10 jovens de 15 a 17 anos não estão no Ensino Médio
Divulgação

Apenas 4% dos estudantes da rede estadual do Rio concluem o Ensino Médio com o nível de aprendizado adequado de Matemática e quase dois terços não alcançam os patamares ideais para o aprendizado da Língua Portuguesa. Os dados são do Ministério da Educação.

Desde 2015, o estado também não cumpre a meta do Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Para o professor de Biologia da rede estadual Ivo Arja, a retomada da qualidade do ensino passa pela valorização dos profissionais da educação.

Dois em cada 10 jovens de 15 a 17 anos nem sequer estão no Ensino Médio. Segundo o Censo Escolar de 2021, 37% dos estudantes da rede estadual estão atrasados em relação à idade, oitavo pior índice do país. Já a taxa de abandono cresceu quase seis vezes durante a pandemia, passando de 0,4% em 2020 para 2,3% no ano passado.

Por isso, a diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV Cláudia Costin avalia como uma das prioridades para o próximo governo a adoção de políticas que busquem recuperar a perda de aprendizagem e incentivem o retorno e a permanência dos estudantes no ambiente escolar.

O sistema de saúde do Rio, que já enfrentava dificuldades, também tenta se recuperar dos efeitos da pandemia. Para o pesquisador em saúde pública da Fiocruz Raphael Guimarães, a prioridade do próximo governante deve ser reduzir a fila para cirurgias, consultas e exames que deixaram de ser realizados por causa da Covid-19.

Além das longas filas de espera para os procedimentos, a falta de médicos nas unidades de pronto atendimento, o estado de conservação das estruturas e a escassez de medicamentos são algumas das reclamações mais frequentes dos pacientes.

A médica sanitarista e pesquisadora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ Ligia Bahia, destaca a complexidade do sistema de saúde do Rio e ressalta a importância de saber administrar os recursos disponíveis.