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Testemunha afirma que traficante foi executado por policial civil no Jacarezinho

Guilherme da Silva Patrocínio foi ouvido durante audiência sobre operação policial que deixou 27 mortos na comunidade

Thuany Dossares

Operação deixou 27 mortos em maio do ano passado Ricardo Moraes/Reuters
Operação deixou 27 mortos em maio do ano passado
Ricardo Moraes/Reuters

Pelo menos três ((das sete)) testemunhas de uma das 27 mortes da operação no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, que prestaram depoimento nesta quarta-feira (29), no Tribunal de Justiça do Rio, afirmaram que o traficante Omar Pereira da Silva foi executado por um policial civil.

A ação aconteceu em maio do ano passado e deixou também um agente morto.

Durante a tarde, aconteceu a primeira audiência de instrução e julgamento do caso do Omar, no Tribunal de Justiça do Rio. O criminoso foi morto no quarto de uma criança de 9 anos, numa casa que fica na localidade conhecida como Beco da Síria.

Apesar de algumas contradições entre os relatos das três primeiras testemunhas sobre o que aconteceu no imóvel até a chegada dos agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais, todos afirmaram que Omar entrou na casa após ser baleado no pé.

Segundo os depoentes, os agentes entraram na casa um tempo depois da chegada do ferido. Um deles revistou o local e efetuou um disparo de fuzil em Omar. As testemunhas declararam ainda que não viram arma com o suspeito.

O policial da Core Douglas de Lucena Peixoto Siqueira foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por homicídio e fraude processual. Além dele, Anderson Silveira Pereira, também agente da Core, foi denunciado por fraude processual, por modificar a cena do crime.

As investigações apontaram que os policiais, além de retirarem o corpo de Omar do local antes da chegada da perícia, também colocaram uma granada onde o suspeito foi morto e apresentaram uma pistola e um carregador como se pertencessem a Omar.

Na sessão desta quarta-feira, seis testemunhas e um policial civil prestaram depoimentos. Cerca de 30 agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Polícia Rodoviária Federal acompanharam a sessão.

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