O Ministério Público Federal investiga a instalação de uma tirolesa nos morros do Pão de Açúcar e da Urca. Segundo o órgão, estariam ocorrendo perfurações na rocha e retirada de vegetação na área. O órgão pediu a cópia do projeto, a licença ambiental e a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, já que as formações rochosas são tomadas e também constituem unidade de conservação municipal. O Iphan deu prazo até o fim do mês para envio da documentação. O Bondinho Pão de Açúcar suspendeu todas as intervenções.  

A BandNews FM teve acesso ao documento, no qual o procurador da República Sérgio Suiama destaca que há diversos vídeos e fotografias que apresentam indícios de perfuração de rocha e supressão da vegetação.  Os morros do Pão de Açúcar e da Urca constituem uma unidade de conservação municipal, na categoria Monumento Natural. Além disso, são tombados pelo Iphan e parte da paisagem cultural urbana da cidade, que já foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Ainda há um outro projeto com propostas para criação de três estações do complexo Pão de Açúcar, que está nos trâmites iniciais de análise pelo Iphan.

Em janeiro, um líquido foi visto no Morro Pão de Açúcar, próximo ao local das obras. Na ocasião, o Bondinho Pão de Açúcar disse que se tratava de um resíduo natural, formado por água e pó de rocha de uma fundação do serviço. 

A previsão era de que a tirolesa fosse inaugurada até outubro do ano passado. No entanto, ainda não há data definida para o lançamento da tirolesa de mais de 700 metros.

Em nota, o Iphan disse que o projeto da tirolesa foi aprovado não só pelo órgão, mas também pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. O Iphan ainda ressalta que orientou a empresa contratada pelo Parque Bondinho Pão de Açúcar a adotar uma série de procedimentos e soluções para diminuir o impacto visual.  

O Parque Bondinho Pão de Açúcar disse que a obra para a instalação da tirolesa está totalmente regular, tendo obtido todas as licenças necessárias para o desenvolvimento desse projeto, e esclarece que, para a realização da obra, consultou previamente os interesses da sociedade civil por meio de organizações competentes junto ao Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa) e cumpriu com todos os requisitos técnicos solicitados pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e Artístico Nacional (IPHAN),  Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS).

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima disse que paralisou as intervenções no trecho até que fosse emitido um parecer pela GEO-RIO. Por outro lado, o órgão municipal disse que aguarda a empresa cumprir exigências para emitir a licença das obras relativas ao trecho.