O trabalho infantil no Brasil registra queda de 14,6% em 2023, na comparação com 2022. Ainda assim, no ano passado o país ainda tinha 1 milhão e 607 mil crianças e adolescentes nessa situação. Por outro lado, o número é o menor da série histórica.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (18).
Em 2022, a proporção de crianças no trabalho infantil havia interrompido a sequência de quedas e subido para 4,9%.
Segundo o levantamento, enquanto 97,5% dos brasileiros de 5 a 17 anos de idade eram estudantes, entre os trabalhadores infantis essa taxa era de 88,4%.
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2023, cerca de 20% das crianças e adolescentes trabalhavam 40 horas semanais ou mais. Aproximadamente, 39% delas tinham jornada de trabalho de até 14 horas em 7 dias.
O maior contingente de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade em situação de trabalho infantil estava no Nordeste, mas a maior proporção estava no Norte do Brasil. Analisando os resultados nas regiões do país, o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto, explica que a região Centro-Oeste foi a única que não apresentou redução ao longo da série histórica.
O levantamento revelou ainda que cerca de 65% das crianças e adolescentes em trabalho infantil eram pretas ou pardas. Em 2023, a maior parte das crianças e adolescentes em trabalho infantil atuavam no comércio e reparação de veículos, totalizando 26,7%. O segundo setor era o de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com 21,6%.
A série histórica anual da PNAD Contínua para a população em situação de trabalho infantil começou a ser calculada em 2016. Desde então, o levantamento não foi realizado apenas em 2020 e 2021, devido a pandemia de Covid-19, que impossibilitou a coleta de informações sobre o tema.