A tragédia no Rio Grande do Sul foi classificada como um "grande acidente ambiental" e um "desastre" durante um evento de mudanças climáticas no Rio de Janeiro.
O seminário "Oceano e Mudanças Climáticas" reúne cientistas, especialistas, empresários e gestores para debater as opções de adaptação às mudanças climáticas no Brasil até esta quarta-feira (22).
A iniciativa foi organizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas em um hotel na Zona Sul da capital fluminense.
Nesta terça-feira (21), o diretor-geral do INPO, Segen Estefen, que também é professor emérito da UFRJ, lembrou das enchentes no Rio Grande do Sul e disse que é necessário apresentar propostas para os efeitos das mudanças climáticas, em vez de apenas se debater sobre o que elas podem causar.
Há sete meses atrás, nós já tínhamos o sinal amarelo, que as chuvas no Rio Grande do Sul intensas, se não me engano, em setembro e que a seca na Amazônia, decorrentes de efeitos climáticos, iriam se repetir e nós deveríamos nos preparar para isso. Agora, a ocorrência delas vai continuar a acontecer com mais frequência, inclusive. O que nós precisamos é entender e saber quando eles vão acontecer, com alguma antecedência, para prevenir.
Durante a abertura do evento, o deputado federal Hugo Leal (PSD) disse que a sociedade vai ter problemas para lidar com os efeitos de fenômenos climáticos nos próximos anos. O parlamentar disse que o país já enfrenta um grande desastre no Rio Grande do Sul.
Ainda muito distante do que nós precisamos, da celeridade que nós precisamos aqui no Sudeste, no Nordeste. É inevitável esses investimentos. E passa por onde? Passa pela questão dos oceanos. Mas especificamente para esse tema, a gente sabe que se nós não investirmos, nós vamos pagar essa conta no futuro. E a gente está vendo isso (no Rio Grande do Sul), infelizmente, porque a natureza tem cobrado.
O evento, que tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, discute sobre o oceano e o clima, a biodiversidade, a pesca e a aquicultura e a transição energética. Ao final, o INPO vai apresentar recomendações para ações no tema oceano e clima.
O Instituto deve assinar no segundo semestre um acordo por cinco anos com a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, coordenada pela Marinha do Brasil, para dar apoio científico necessário para as tomadas de decisão para as políticas públicas.