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UERJ identifica primeiros ossos de dinossauro descobertos na América do Sul

O estudo aponta que o animal viveu no recôncavo baiano e apresenta informações consideradas valiosas sobre a fauna pré-histórica da região

Por Guilherme Faria (sob supervisão)Pilar Copolilo (sob supervisão)

UERJ identifica primeiros ossos de dinossauro descobertos na América do Sul
UERJ identifica primeiros ossos de dinossauro descobertos na América do Sul
Divulgação

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro identificou os primeiros ossos de dinossauro descobertos na América do Sul. O estudo aponta que o animal viveu no recôncavo baiano e apresenta informações consideradas valiosas sobre a fauna pré-histórica da região.

Os paleontólogos analisaram fósseis encontrados entre os anos 1859 e 1906 na Bacia do Recôncavo, unidade geológica que fica no Nordeste do Brasil. Segundo o estudo, os ossos eram considerados perdidos, mas foram encontrados recentemente no Museu de História Natural de Londres.  

A pesquisadora Kamila Bandeira, uma das coordenadoras da pesquisa, explica que o resultado do estudo vai incentivar buscas por novos fósseis na região.

"Esses são os primeiros registros de dinossauros para a América do Sul. Então, temos primeiro essa questão de importância, como também certamente vai fomentar a busca por novos dinossauros, por materiais mais completos ali na região de Salvador, e não só Salvador, mas na Bahia como um todo. Todos esses materiais coletados denotam uma maior diversidade de fauna do que a gente esperava ali para a região. Então, enriquece o nosso conhecimento da fauna na região e com certeza vai ajudar a incentivar mais pesquisas por mais dinossauros ali na região"

A pesquisa identificou que o dinossauro encontrado pertence a uma nova espécie e faz parte de uma ordem de animais herbívoros, conhecidos por ter o focinho em forma de bico e a estrutura da pélvis semelhante à das aves. O fóssil foi batizado com o nome de "Tietasaura derbyiana".

A professora Kamila Bandeira explica como o nome do animal foi escolhido.

"Já que esses materiais são da Bahia, não tinha nada melhor do que homenagear uma das obras de Jorge Amado. No caso, a obra que se encaixa é a "Tieta do Agreste". A gente fez essa pequena alusão à saída dos materiais aqui da Bahia, que foram para Londres. No caso, foram levados para ser estudados em outras instituições e retornaram ao Brasil trazendo essas grandes novidades."

De acordo com as pesquisadoras, a existência de fósseis de dinossauros que viveram há cerca de 130 milhões de anos é rara em todo o mundo. Os resultados do estudo foram publicados neste mês na revista científica "Historical Biology". 

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