Diante das novas imagens que mostram a agressão do vereador e vice-presidente de Futebol do Flamengo Marcos Braz a um torcedor, o Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio deve pedir a realização de outra reunião para discutir o assunto.
Um ofício vai ser enviado à Presidência da Casa no dia 15 de fevereiro, quando termina o recesso dos vereadores. O entendimento é de que surgiram fatos novos que precisam ser avaliados pelo colegiado.
A confusão ocorreu em setembro, em um shopping da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. No ano passado, o conselho chegou a se reunir, mas decidiu levar em conta a explicação que Braz deu em uma entrevista coletiva, quando afirmou que foi vítima de ameaças.
As gravações inéditas mostram o dirigente dando chutes e socos contra o entregador Leandro Campos, na época com 22 anos.
As imagens mostram o momento em que o torcedor aponta o celular na direção da loja em que Marcos Braz estava e volta olhando para o telefone. Logo em seguida, o vereador e um amigo saem correndo na direção dele.
Braz, então, derruba Leandro com um soco pelas costas e cai sobre o torcedor, momento em que Braz teria mordido a vítima na coxa. Ainda caído, Leandro é alvo de chutes tanto do vereador quanto do amigo. As agressões só terminam com a intervenção dos seguranças.
Os advogados de Marcos Braz querem que o torcedor seja investigado pelo crime de perseguição. A defesa sustenta que, na época da confusão, uma torcida organizada havia convocado ataques à direção do Flamengo e a qualquer integrante que fosse visto na rua.
Segundo o advogado Raphael Mattos, o entregador agredido fazia parte de um grupo da torcida no WhatsApp e foi ao local após serem compartilhadas imagens do dirigente no shopping.
O Ministério Público, por outro lado, entendeu que a tentativa da defesa de incriminar o torcedor tem o objetivo de respaldar a conduta de Marcos Braz. Os promotores ainda dizem que é difícil acreditar que alguém que estivesse preocupado com eventual perseguição fosse tranquilamente a um dos mais movimentados shopping centers do país. Antes da confusão, também não houve qualquer registro de ocorrência feito por dirigentes ou jogadores sobre as ameaças.
Uma audiência de conciliação sobre o caso está marcada para o dia 27 de fevereiro.
Procurado, o Flamengo não se posicionou sobre o assunto.
A defesa de Leandro Campos disse que já entrou com um processo por danos morais e que as imagens comprovam que ele foi agredido. A defesa voltou a afirmar ainda que Leandro foi falsamente acusado de ameaçar o dirigente.