O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (2) elevar a taxa Selic de 9,25% para 10,75% ao ano, uma alta de 1,5 ponto percentual.
O aumento já era esperado pelo mercado financeiro. Este é, aliás, o oitavo consecutivo. Assim, a Selic voltou ao patamar de dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio.
Analistas preveem que a taxa básica de juros deve voltar a subir em março, para 11,75% ao ano.
Vídeo: BC eleva Selic para 10,75%
Como a alta da Selic afeta a população?
Antes de mais nada é preciso entender que a Selic funciona como uma taxa de referência e, a partir dela, outras taxas de juros são definidas, como explica Henrique Castro, professor de economia da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo).
“A Selic impacta nas taxas quando se vai tomar um empréstimo, quando se entra no cheque especial ou mesmo quando se faz financiamento para comprar um imóvel ou um automóvel. Se a taxa básica sobe, todas essas outras também vão subir”, afirma o especialista.
E por que elevar a taxa?
Com a alta da Selic, a tentativa do BC é reverter a alta da inflação, que fechou 2021 a 0,06%, acima do teto da meta e no maior nível em seis anos.
“Quando a Selic sobe, o objetivo é que o crédito fique mais caro e que as pessoas, ao invés de tomá-lo, passem a poupar mais”, explica Castro.
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Assim, o cenário é propício para investir ao invés de consumir. “O aumento da taxa Selic vai fazer com que a remuneração de investimentos atrelados à renda fixa também subam”, aponta.
O economista explica ainda que, justamente com menos recursos destinados ao consumo, a inflação tende a cair. Isso porque, se a população gasta menos, o mercado consequentemente tende a baixar os preços.”
Este texto foi originalmente publicado no METRO JORNAL