Fórmula 1

Ícone por patrocinar Senna, Banco Nacional foi do auge à derrocada em 52 anos

Parceria com o piloto que renderia status de “cult” para a marca nos dias de hoje começou em 1984

Por Andrey Mattos

Ícone por patrocinar Senna, Banco Nacional foi do auge à derrocada em 52 anos
@F1/Twitter

A imagem de Ayrton Senna tem muitos símbolos atrelados. Os carros, os capacetes, os macacões... Tudo relacionado ao ídolo brasileiro hoje é lembrado e reutilizado como forma de homenagear o ídolo. 

E um desses símbolos é o clássico boné azul do extinto Banco Nacional. Inclusive a peça foi facilmente vista durante o GP da Emilia-Romagna, neste fim de semana.

Mas afinal, qual é a história por trás dessa marca? Conheça:

Fundação com irmãos mineiros

O Banco Nacional nasce como Banco Nacional de Minas Gerais, fundado em 1944 por José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro de Magalhães Pinto. José foi um importante político mineiro, sendo inclusive governador de Minas - o estádio do Mineirão leva seu nome. Economista, Magalhães Pinto e o irmão levaram o banco ao sucesso. 

Em 1958, o Banco Nacional de Minas Gerais incorpora o Banco Sotto Maior. Em 1970, um passo para o “gigantismo”: a instituição mineira adquire e incorpora o Banco da Grande São Paulo, antigo Banco F. Munhoz, famoso pelos cofrinhos.

Com a aquisição, o banco de Minas de fato se torna nacional: a instituição chega a 400 agências e mais de 40 mil funcionários. Em 1972, a mudança no nome chega, retirando a identidade de Minas e se tornado o famoso Banco Nacional. 

Ayrton como garoto-propaganda

A parceria que renderia status de “cult” para a marca nos dias de hoje começou em 1984. Durante as negociações, um possível acerto com o Bradesco acabou acelerando os processos no banco para o fechamento do acordo. 

Senna firmou contrato com o banco, mas no decorrer dos anos, recebeu propostas de outras instituições oferecendo mais dinheiro. O astro recusava todas, valorizando o patrocínio que foi fundamental para a carreira dele.

Falência e ação do MPF contra os Magalhães Pinto

Após essa era de ouro da instituição, o final dos anos 1980 e início dos anos 1990 foram complicados para o Nacional. Segundo o Banco Central, foi adotada no banco uma “contabilidade fictícia” para tentar maquiar os problemas.

Já em 1995, o BC teve que intervir no Banco Nacional. Os gestores do banco foram afastados e em uma auditoria o BC identificou a existência de 652 contas fictícias com saldo cinco vezes maior que o valor do patrimônio líquido do banco.

Em 1996, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional ajudou o BC no processo de falência da instituição. O banco foi dividido em dois, sendo pedaços bom e ruim - o pedaço bom (good bank) foi vendido para o Unibanco na época.

Segundo o sindicato dos bancários do Rio de Janeiro, o Banco Nacional tinha um saldo devedor de R$ 20,659 bilhões do dinheiro público que recebeu do Proer. O chamado pedaço ruim seguiu com a família Magalhães Pinto.

No ano seguinte, o Ministério Público Federal acusou 33 pessoas por fraude na administração do banco, incluindo o controlador Marcos Magalhães Pinto. Ele foi condenado a 28 anos de prisão. Em 2011, a pena foi extinta.

Notícias

Carregar mais