Band Eleições discute impacto de Roberto Jefferson nas campanhas: “Trunfo do PT”

Campanha do ex-presidente Lula deve usar o ataque de Roberto Jefferson a agentes da PF para vincular Bolsonaro à violência

Da redação

Na última semana de campanha presidencial, a recepção a tiros de agentes da Polícia Federal (PF) por Roberto Jefferson se tornou um trunfo para o PT usar contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A análise foi feita pela bancada do programa Band Eleições, transmitido na última segunda (24).

“Isso [disparos contra policiais federais] chegou à campanha do PT como um trunfo”, disse o jornalista Fernando Mitre. “Eles [petistas] estão vendo isso como uma possibilidade de, principalmente, de sair da bolha ideológica, da esquerda e da direita. Eles enxergam, nesse fato, uma forma de colar a pecha, no presidente Bolsonaro, da intolerância, da violência, ódio”, analisou Caiã Messina, da Band Brasília

A discussão em gira em torno da revogação da prisão domiciliar de Roberto Jefferson no último domingo (23) após divulgação de vídeo em que xinga a ministra Cármen Lúcia. A ordem que decretou o encarceramento do ex-deputado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga o até então aliado de Bolsonaro, apontou descumprimento de medidas cautelares.

“Isso mudou toda a dinâmica do presidente, que teve que sair e, imediatamente, reagiu. Eu apurei que a reação da campanha é que a reação do presidente foi rápida ao condenar o ataque à Polícia Federal e às agressões à ministra Cármen Lúcia”, informou o jornalista Valteno de Oliveira.

A bancada concordou que a postura de Bolsonaro foi correta ao condenar o atentado promovido por Roberto Jefferson, que, em audiência de custódia, disse que fez 50 disparos contra a viatura da PF. Uma granada também foi lançada. Dois agentes ficaram feridos.

“Para o Bolsonaro, se atacou a polícia, é bandido. Ele não fala outra coisa nos últimos 30 anos e continuou falando nos últimos 30 anos. É coerente da parte dele”, salientou Mitre. 

Sobre a presença do ministro da Justiça no local do crime, a campanha bolsonarista disse que a presença dele foi para dar assistência aos agentes feridos. Com o fato, Roberto Jefferson responde por quatro tentativas de homicídio.