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José Simão: Gal Costa não morreu, ela ficou encantada, diria Guimarães Rosa

"Eu não era tiete da Gal, eu era fanático pela Gal. A minha amiga amada"

Da Redação

Baby Consuelo, José Simão, Gal Costa e Pepeu Gomes no Mirante Sétimo Céu, no Leblon (Rio)
Baby Consuelo, José Simão, Gal Costa e Pepeu Gomes no Mirante Sétimo Céu, no Leblon (Rio)
Ivan Cardoso

Amigo de Gal Costa desde a década de 1970, o jornalista humorístico José Simão, colunista da rádio BandNews FM, escreveu texto emocionado em sua coluna no Jornal Folha de S. Paulo para homenagear a cantora que morreu nesta quarta-feira (9). 

“Estou numa tristeza. A ficha ainda não caiu. Eu ainda não digeri a morte de Gal. Nem chorar eu consegui”, diz.

Simão destaca que Gal “era a dona dos mais belos trinados do planeta. Era um passarinho, e muita gostosa também, com aqueles lábios de fogo pintados de vermelho, que eram a marca dela”.

O "Definitivamente Simão", da Companhia das Letras, descreveu parte da intimidade de Simão e sua proximidade com Gal Costa. "Eu encontrava com a Gal nos anos 1970 todo dia na praia de Ipanema, no famoso ponto que depois foi apelidado de "as dunas da Gal" [local onde se reuniam artistas e descolados]. Toda noite eu ia assistir ao show dela",  em seu texto na Folha.

"Quando ela gritava da coxia "honey baby", o público entrava em delírio, todo mundo gritava "uaaaau", era um delírio. Foi um show [Fa-tal] histórico, um dos mais lindos que vi até hoje. João Gilberto assistiu escondidinho na última fila. Na foto que tirei com ela e Baby Consuelo, a polo amarela de cetim que visto é um pedaço do cenário do show. Sobrou um pedaço, eu peguei e fiz uma polo", conta.

"Eu não era tiete da Gal, eu era fanático pela Gal. A minha amiga amada. Como dizia João Guimarães Rosa, "as pessoas não morrem, ficam encantadas". Então ela está assim, encantada", conclui.

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