Sabe quando se come uma sobremesa e vem aquele pensamento: “é boa, mas já provei coisa melhor”? É mais ou menos essa sensação que surge ao se assistir a Kung Fu Panda 4, que estreou neste fim de semana nos cinemas do Brasil. O filme tem charme, mas falta aquele elemento especial que era tão latente quando a série foi lançada em 2008.
Nessa continuação, Po (Jack Black na dublagem original e Lúcio Mauro Filho na brasileira) atingiu seu ápice como Dragão Guerreiro e se vê diante da difícil missão de escolher um sucessor para poder se transformar um líder espiritual.
O problema é que o valente panda não tem nenhuma intenção de deixar os dias de herói para trás e faz de um tudo para adiar o processo. Nesse meio tempo, surge uma feiticeira malvada, a Camaleoa (Viola Davis em Inglês e Taís Araujo em português), que pretende dominar o mundo. Sem saber como enfrentá-la, Po se une a Zhen (Awkwafina/Dani Suzuki), uma raposa esperta e ladra que conhece os caminhos para chegar até a vilã.
Com uma lida rápida da sinopse já é possível saber para qual lado a história vai. O roteiro é previsível e passa por muitos dos mesmos pontos que outras produções da saga já atravessaram. Falta novidade, audácia, vontade de fazer algo novo. Mesmo as cenas de ação e luta , muito bem dirigidas, passam a impressão de apenas remeterem ao que já foi feito, ao invés de buscarem frescor.
Isso de forma alguma tira os méritos do filme: há cenas engraçadinhas, as imagens são belíssimas e a diversão é presente. Presente, mas facilmente esquecível. Kung Fu Panda 4 não é um filme que fica preso na cabeça quando se sai da sessão. É bacana enquanto dura, e não deixa vontade de repetição.
Caso haja mesmo um Kung Fu Panda 5, seria interessante resgatar aquilo tornou a franquia original, afinal, animações bem feitas e genéricas existem aos montes, mas são as ousadas que permanecem.
NOTA DO AUTOR: 3 DE 5 (RAZOÁVEL)
