Melhor da Noite

Atleta paraolímpico que perdeu tudo no RS lamenta: "Tenho que recomeçar do zero"

Vanderson contou que, por conta de sua deficiência física e falta de elevador em seu prédio, mora no térreo e, por isso, perdeu tudo

Da Redação

A população do Rio Grande do Sul segue lidando com os estragos da enchente história que devastou 463 municípios. Um dos afetados é o atleta paraolímpico Vanderson Chaves, que viu a casa sendo inundada e perdeu tudo enquanto disputa uma vaga na Olimpíada de Paris. Nesta segunda-feira (20), o atleta desabafou em entrevista ao Melhor da Noite: “Tenho que recomeçar do zero”.

Vanderson contou que, por conta de sua deficiência física e falta de elevador em seu prédio, mora no térreo e, por isso, perdeu tudo. “Eu moro em um apartamento, em um prédio de 5 andares, e como não tem elevador, eu moro no térreo. A água foi até o segundo andar, então minha casa está literalmente abaixo da água”, contou.

Apesar disso, ele contou que não quer desistir da vaga no mundial paraolímpico de Paris e contou com a ajuda de outros para conseguir manter sua presença nas provas classificatórias. “Em meio disso, tem duas competições, tem a classificatória para Paris e eu fiquei sem saber como eu iria para a competição, o que eu iria fazer porque estava sem equipamento e sem condições mentais. Só que como são duas competições muito importantes classificatórias, não teria como eu ficar de fora, mas o aeroporto de Porto Alegre também está abaixo da água”, disse. Ele contou que conseguiu deixar a cidade depois de pegar uma van até Santa Catarina e, então, um voo para São Paulo.

Eu perdi todo o meu material e o clube me conseguiu algumas coisas, eu comprei uma roupa de jogo e o pessoal dos Estados Unidos me ajudou com o restante do material que faltava. 

Para amenizar a destruição e acelerar o processo de retomada de sua vida, Vanderson abriu uma ‘vakinha’ online. “Em meio disso, eu fiz uma vakinha para poder reconstruir tudo, eu tenho que recomeçar do zero. Muita gente está me ajudando e eu peço para que continuem porque vai ser muito importante”, disse. “É muito difícil falar sobre o que está acontecendo e ter condições mentais para poder vir para uma competição importante, mas graças a Deus eu vou conseguir a classificação [para Paris]”, finalizou.