Melhor da Noite

Documentarista que batizou sucuri de Bonito lamenta morte: "Fiquei revoltado"

Cristian Dimitrius, documentarista da vida selvagem, explicou os desdobramentos da morte da sucuri de Bonito no palco do Melhor da Noite

Da Redação

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No último domingo (24), a notícia da morte de Ana Júlia, uma famosa sucuri de Bonito, impactou os ambientalistas do Brasil. Nesta quarta-feira (27), o documentarista Cristian Dimitrius, que foi quem batizou o animal há dez anos, participou do Melhor da Noite e falou sobre o que significa perder um dos animais mais importantes para o estudo da vida selvagem no Mato Grosso do Sul. 

Ele contou que ficou revoltado quando soube da morte de Ana Júlia. “Eu fiquei sabendo no domingo (24) mesmo depois que um amigo meu de Bonito me mandou as imagens e falou: ‘olha o que aconteceu: mataram aquela sucuri’. Eu fiquei revoltado, fiquei muito triste na hora”, disse. 

Cristian disse que conheceu a sucuri há 10 anos, em uma de suas expedições aos canais do Rio Formoso, e destacou seu comportamento dócil e parceria que firmou com o animal ao longo dos anos. “Eu vou a Bonito há 20 anos para mergulhar com sucuris e a Ana Júlia, eu conheci há mais ou menos 10 anos. Foram 10 anos que eu acompanhei e aprendi com ela, ela me ensinou muita coisa, era um animal extremamente dócil, um animal que nunca mostrou agressividade e geralmente são esses animais que a gente quer para trabalhar juntos e aprender também”, explicou.

Em suas redes sociais, o documentarista da natureza não escondeu a revolta com a morte de Ana Júlia. “Sinto que perdi uma amiga, um membro da família, um ser especial na qual passei muitos momentos especiais juntos”, escreveu. Veja a publicação na íntegra:

Cristian explicou no palco do Melhor da Noite que, ao contrário das primeiras informações divulgadas, não ficou provado se Ana Júlia morreu por tiros. Ele contou que a perícia irá revelar a real causa da morte em um prazo de até 30 dias e não escondeu que o animal pode ter morrido de causas naturais. “Ela vivia no Rio Formoso, lá tem vários segmentos e cada um tem uma sucuri que domina. Ela era uma dominante de uma área e era gigante, a gente adorava encontrar com ela, era sempre uma grande emoção. A princípio, me falaram que matam a tiro porque ela tinha um furo na cabeça e sangue na boca quando encontraram ela no rio, boiando, antes de puxar ela para fora. Começou toda essa comoção, o que fez com que a prefeitura se manifestasse em prol das sucuris, isso foi muito bonito”, disse.

Muito difícil ter sido qualquer predador, porque ela não tinha nenhuma marca no corpo para isso. Uma sucuri desse tamanho, só uma onça ou um jacaré iria conseguir atacar, e deixaria marcas no corpo. Com certeza não foi um predador. 

“A perícia não encontrou marcas de bala, então até agora não se sabe: acham que não foi tiro, mas precisamos aguardar uma perícia que pode durar até 30 dias. Pode ser até morte natural, o que eu acho que seria a melhor das condições, porque ela era uma sucuri de idade, mas a gente tem que aguardar”, completou.

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