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Roberta Campos compôs De Janeiro a Janeiro em 20 minutos: “Amor que queria ter"

Cantora e compositora falou ainda sobre a infância humilde no interior de Minas, o sonho de fazer parte do Kid Abelha e como Julieta Venegas a conheceu pelo Myspace

Da redação, com Rádio Bandeirantes

A cantora e compositora do hit ‘De Janeiro a Janeiro’, Roberta Campos, foi entrevistada na manhã deste sábado (03/06) por Danilo Gobatto, no programa Do Bom e do Melhor da Rádio Bandeirantes. Roberta contou que compôs o hit em 20 minutos e que a música representa o amor que ela gostaria de ter tido durante e infância e adolescência humildes, no interior de Minas Gerais. 

O hit foi criado em 2009, mas ganhou as paradas no ano seguinte, após gravá-lo com Nando Reis. “A música fala do amor como um todo, eu refletia muito sobre esse amor que me faltava. Com 11 anos, fui morar com meus avós, tinha uma família desestruturada, então eu sempre batia nessa reflexão do amor”, contou. “Naquela música, descrevi todo o amor que eu queria e sempre busquei para minha vida. Ela [a música] nasceu em 20 minutos”, completou. 

Roberta disse ainda que não tinha noção de que a composição teria toda essa força, até começar a tocá-la nos bares e pessoas passarem a entregar bilhetinhos pedindo para cantá-la. “Quando eu tocava e todo mundo se emocionava, criava uma comoção. Ali, percebi que havia uma coisa especial. Até hoje, nos shows, as pessoas vibram muito e esperam por esse momento”, disse. 

Após a gravação com Nando Reis em 2010, a canção ganhou a visibilidade que merecia. “Foi a partir deste momento que a música teve maior expressão”. O hit já esteve em cinco telenovelas até hoje: ‘Rebelde’, da Record, ‘Sangue Bom’ e ‘Além do Tempo’, da Globo, e ‘Carinha de Anjo’ e ‘Cúmplices de um Resgate’, do SBT. Ao todo, Roberta tem mais de 20 composições em novelas. 

Infância difícil

Roberta nasceu em Caetanópolis, terra de Clara Nunes, interior de Minas Gerais. Teve infância e adolescência humildes. Completamente autodidata na música, começou a tocar violão por volta dos cinco anos de idade, após ver seu tio com o instrumento. Aos 11 anos, já tocava perfeitamente bem e aos 13, após ver um amigo na escola com um caderno de composições, passou a compor também. “Tenho sorte de ter o dom da música e certa facilidade. No violão fui 100% autodidata, mas ficava o dia inteiro tentando descobrir os acordes”.

“Tenho muita gratidão a mim mesma por não ter desistido. O caminho foi muito difícil por falta de acesso. Eu morava no interior de Minas, numa cidade pobre, com uma família pobre também. Me faltou muito acesso, inclusive, o principal: uma boa escola”, disse. 

Hoje, dou mais valor aos momentos e [reconheço que] é uma história bonita. Um exemplo a deixar para as pessoas que é: persistir e tudo o que a gente quer, se temos força e vontade, a gente acaba conseguindo.


A mineira fez as malas para São Paulo em 2004 na “cara e na coragem” – como ela mesma disse na entrevista – para tocar em bares. “Foi muito interessante poder mostrar minhas músicas e, assim, conheci pessoas que também faziam isso, além dos espaços onde fazer isso. Mas, primeiros anos foram bem complicados, claro”. Em 2008, lançou seu primeiro álbum. 

Paula Toller e Julieta Venegas

Ainda na adolescência, enquanto aprimorava suas composições e jeito de tocar e cantar, Roberta Campos sonhava em fazer parte do Kid Abelha. “Ouvia muito na minha pré-adolescência e tinha esse sonho de cantar na banda com a Paula Toller”, disse. “Ouvia seus discos todos os dias. Quando decidi que ia compor também, estudei as músicas do Kid Abelha. Fácil não foi, afinal, não tinha noção de como fazer, não sabia se estava certo ou não, mas fui entendendo o que funcionava a partir do que ouvia e fui reproduzindo nas minhas canções aquele formato de música, de estrofe, pré-refrão e refrão”, completou. 

Outra inspiração foi a cantora mexicana Julieta Venegas. Essa, ainda, deu um “empurrão” na carreira de Roberta. “Eu tinha uma página no My Space, onde ficava me dedicando muito para espalhar minhas músicas e convidando pessoas a ouvirem”, contou. A tática deu certo e uma de suas composições chegou à Julieta: “Um dia acordei e vi que tinham muitos plays nas músicas. Fui pesquisar e ela tinha feito um tweet com uma letra minha”, completou. As duas passaram a conversar, trocaram e-mails e se conheceram em 2013. “Ela me convidou para ir à um show dela em São Paulo”. Neste ano, há poucos meses, Roberta dividiu o palco com Julieta na capital paulista. “Poder reencontrá-la este ano foi muito gratificante”.

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