Clubes das Séries A e B divulgam carta-proposta sobre criação da Libra

Clubes se opõe ao modo atual de negociação dos direitos de transmissão

Gustavo Soller, Rádio Bandeirantes

Liga tenta dar mais poder aos clubes no futebol brasileiro CBF / Dilvulgação
Liga tenta dar mais poder aos clubes no futebol brasileiro
CBF / Dilvulgação

Clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro divulgaram uma carta-proposta para dar prosseguimento na criação da Libra (Liga do Futebol Brasileiro) e realizar mudanças no regulamento e divisões de cotas que foram apresentados na primeira reunião entre os clubes.

Participam do ato os seguintes clubes: América-MG, Chapecoense, Atlético Goianiense, Avaí, Brusque, Ceará, CSA, Athletico Paranaense, CRB, Náutico, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova.

Apenas os representantes de oito times das duas principais divisões do país concordaram com a criação da Libra nos moldes atuais e já assinaram o regulamento: Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino, Flamengo, Ponte Preta e Cruzeiro.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, criticou a postura dos clubes que assinaram o acordo: "Na minha opinião, esse movimento que eles fizeram fora isolada não levará a nada".

Confira a carta-proposta oferecida pelas agremiações nesta segunda-feira (9):

“Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.

É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.

Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).

Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:

(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;

(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;

(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.

Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.

Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.

O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.”

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