O Fluminense já teve grandes ídolos ao longo de sua história: Fred, o artilheiro; Rivellino, o camisa 10; Carlos Alberto Torres, o capita; Washington e Assis, o Casal 20. Até Renato Gaúcho e seu gol de barriga. Mas ninguém fez tanto pelo Flu, quanto Carlos Castilho (veja no vídeo acima).
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Castilho jogou de 1946 a 1965 no clube., Foram 698 partidas e 255 jogos sem sofrer gols. Uma pena que naquela época não tinha televisão. Foi campeão carioca em 1951, 1959 e 1964, campeão do Rio-São Paulo em 1957 e 1960 e da Copa Rio em 1952. Castilho foi titular na Copa do Mundo de 1954 e reserva nas Copas de 1950, 1958 e 1962.
Jogava em gramados esburacados e não tinha medo de pular para defender as bolas pesadas de couro que ficavam três vezes mais pesadas quando encharcadas pela chuva. Vira e mexe ele quebrava um dedo ao defender a bola (naquela época não se usava luvas). De tanto quebrar o dedo mínimo, o mindinho da mão esquerda de Castilho ficou com a última parte do dedo, onde fica a unha, a chamada falange distal, virada para fora da mão.
O jeito era operar. Caso contrário, a cada bola pulada com o dedo torto aquela parte iria doer e podia até quebrar. Os médicos do Fluminense chamaram Castilho e explicaram a situação. Uma cirurgia para alinhar o dedo, seis meses de recuperação e vida norma.
“Seis meses? Tá maluco?”, respondeu Castilho. “Eu não uso esse dedo para defender as bolas. Pode cortar essa parte fora!”
Castilho assinou um termo autorizando os médicos a amputarem a parte final do seu dedinho da mão. E no domingo seguinte estava novamente em campo, sem deixar de defender o clube do seu coração.
“Suar a camisa, derramar lágrimas e dar o sangue pelo Fluminense, muitos fizeram. Sacrificar um pedaço do próprio corpo por amor ao Tricolor, somente um: Castilho.”
Esta frase está escrita na placa de bronze sob o busto do goleiro que fez do Fluminense Futebol Clube a sua vida.