Em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras, nesta quinta-feira (31), Ronaldinho Gaúcho disse que não é proprietário nem sócio da empresa ‘18k Ronaldinho’, investigada por possíveis fraudes com investimentos em criptomoedas.
Sobre a 18k Ronaldinho, diferente do que está sendo divulgado por esta CPI, não é verdade que eu sou o fundador e sócio-proprietário da empresa. Eu nunca fui sócio da empresa, os sócios são os senhores Raphael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Eles utilizaram indevidamente meu nome para criar a razão social desta empresa. Eu jamais participei desta empresa, jamais autorizei o uso da imagem e do nome - Ronaldinho Gaúcho.
O ex-jogador de futebol prestou depoimento na Câmara dos Deputados. Ele já tinha faltado a duas convocações anteriores e, segundo os líderes da CPI, poderia ser conduzido de forma coercitiva caso não aparecesse nesta quinta.
Os deputados ouviram o campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 2002 como parte da investigação envolvendo a 18k Ronaldinho, empresa da qual o astro foi garoto-propaganda.
Em outubro de 2019, a empresa foi apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como pirâmide financeira. O jogador nega participação, afirmando que fez publicidade apenas para venda de relógios.
A seguir, veja algumas falas de Ronaldinho Gaúcho na CPI das Pirâmides Financeiras.
Ligação com a empresa 18k Ronaldinho
“Eu só fazia a propaganda para a venda de relógios, e eles depois faziam o trabalho deles para vender. Eu só fiz a propaganda para a venda de relógios.”
Quem fechava os contratos de publicidade?
“Meu irmão [Roberto de Assis] sempre foi quem fez meus contratos, desde o futebol até tudo que eu faço agora. Sempre foi meu irmão.”
Participação em campanhas para investimento em criptomoedas
“Eu gravei para a campanha dos relógios. Eles pegaram a foto e usaram para essas peças [de campanha para investimentos em criptomoedas].”
Ronaldinho exerce direito de ficar em silêncio
Como previsto em lei, Ronaldinho Gaúcho optou por não responder a alguns questionamentos, exercendo o seu direito de permanecer em silêncio. Veja abaixo algumas perguntas em que o ex-jogador optou por não responder.
O senhor acha que a acusação que o senhor responde no MP com a Justiça sobre a 18K Ronaldinho é sem fundamento? Vou ficar em silêncio.
O senhor pretende ressarcir os investidores da 18k? Vou ficar em silêncio.
Por que mesmo o senhor dando nome à empresa, sendo embaixador, não há registro formal de sua ligação com a 18K Ronaldinho nem na Receita Federal e nem na Junta Comercial? Vou ficar em silêncio.
Mesmo o senhor tendo a ciência de que estavam utilizando a sua imagem para oferecer dinheiro, até 2% ao dia, o senhor se calou diante disso? O senhor não fez absolutamente nada com isso [tomar medidas legais]? Vou ficar em silêncio.
Havia acordos ainda que informais com corretoras de criptoativos ou outras pessoas físicas ou jurídicas? Vou ficar em silêncio.