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Copa Pelé: Como Luciano do Valle fez o Rei e outros craques voltarem ao futebol

Luciano do Valle deixou a narração e entrou em campo com grandes nomes

Redação

Em seus mais de 50 anos de carreira, Luciano do Valle sempre esteve acostumado a narrar o que acontecia dentro dos campos e quadras. No entanto, houve um tempo em que ele deixou as cabines para utilizar sua voz nas laterais do gramado, dando instruções para ninguém menos que Pelé, Rivellino, Edu e Djalma Dias, entre outros craques. 

Em 1987, o narrador foi um dos responsáveis pela criação do Mundialito de Masters, que foi batizado como Copa Pelé, em homenagem ao Rei do Futebol. O torneio reuniu em São Paulo e Santos cinco seleções que já haviam sido campeãs do mundo: Brasil, Alemanha Ocidental, Argentina, Itália e Uruguai.

“Não existe limite máximo (de idade), existe limite mínimo: 34 anos”, explicou o narrador/treinador/organizador à época. 

Aos 47 anos, Pelé teve receio, mas aceitou participar da partida de abertura da competição que levava seu nome. “Se eu não me sair bem tecnicamente, os 25 anos de futebol, ajuda ao Brasil e (o título de) atleta do século vão por água abaixo”, explicou o Rei. 

Pelé atuou apenas na vitória por 3 a 0 sobre a Itália, mas não conseguiu deixar sua marca. O Brasil conseguiu alcançar a final do torneio, contra a Argentina. Em um Pacaembu lotado, o atacante Darío Felman aproveitou uma falha de Djalma Dias para marcar o gol que deu o título aos Hermanos. 

Após a edição de 1987, o torneio foi disputado em outras cinco oportunidades. Em 1989, o Brasil fez a festa da torcida local ao bater o Uruguai na decisão. No ano seguinte, com a competição batizada de Copa Zico, foi a vez de levantar a taça em cima da Holanda. 

Em 1991, o campeonato se mudou para Miami, mas ainda assim o Brasil se deu bem: vitória sobre a Argentina na decisão. Dois anos depois, na Itália, a equipe da casa acabou com a sequência de títulos tupiniquim. Em 1995, na Áustria, a Seleção voltou a recuperar sua hegemonia ao superar a Argentina, naquela que foi a última edição do Mundial de Masters. 

Em 2011, Luciano do Valle explicou o porquê do fim da competição. “A gente não estava ali para montar um time de futebol. Estávamos para mostrar por que eles foram ídolos. E eles não entenderam isso. Eles voltaram tanto no tempo que passaram a ter atitudes profissionais. Por isso não daria mais certo”. 

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