Ronaldo Giovaneli desabafou nesta quarta-feira (24) à forte entrevista do goleiro Cássio, do Corinthians. Na véspera, o time perdeu por 1 a 0 para o Argentinos Juniors, pela Copa Sul-Americana.
O goleiro de 36 anos vem sendo criticado pela torcida e sofre uma grande pressão para deixar a titularidade do Timão. Após a partida, Cássio indicou que pode deixar a equipe.
“Se eu estiver atrapalhando o Corinthians, se eu não estiver agradando... Para mim, está muito difícil também. Na verdade, tudo de errado que acontece no Corinthians sempre sobra para mim”, afirmou o jogador.
Na edição desta quarta-feira do Jogo Aberto, o comentarista lembrou ter sofrido pressão semelhante quando deixou o Corinthians em 1998 para atuar pelo Fluminense. Além disso, disse que a entrevista de Cássio demonstra respeito e ‘vergonha na cara’ com o Corinthians.
“Passei por um momento igual o dele, em que a torcida pedia minha cabeça. Só que aí você entra num turbilhão em que ele não faz gol, onde o lateral é péssimo, onde o Fausto Vera está fazendo hora extra no Corinthians. Tem jogadores ali que o contexto é horrível. O time é ruim. E tudo estoura nele, e ele é o único que vem dar a cara para bater. Ele é o único que não se esconde”, afirmou Ronaldo.
O ex-jogador ainda cobrou os outros jogadores do Timão pelo desempenho fraco.
“O Yuri (Alberto) perde os gols e sai correndo da entrevista, vai embora. O Cássio leva para casa. Por quê? Porque ele tem alma. Eu falei aqui: quando o time é ruim, ele está neste momento falando essas coisas porque ele sente. Mais do que todo mundo que está ali. Porque daqui a pouco os caras vão lá, tomam banho e não dão nem entrevista, não falam nada, vão para o treinamento e tudo certo. Eu diria que o Cássio tem total respaldo de quem gosta do Corinthians realmente, porque esse time está sem alma. O único que tem alma é ele, ele sente. Ele tem que estar forte para continuar”, afirmou, citando ainda ex-goleiro Marcos, do Palmeiras, como exemplo de situação semelhante no fim de carreira.
“Eu não estou aqui queimando o Cássio também não, porque ele é o alicerce dessa equipe e ele está sentindo. Eu lembro até do Marcão, goleiraço, que também não fugia. Também falou uma época que queria parar. É um momento em que ele está com a cabeça quente, sai de um trabalho e pega um time que não responde. O cara que tem vergonha na cara responde dessa forma: com vergonha. E é o que ele fez”, concluiu.