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Marcos Braz: "Cultura da troca de técnicos é uma doença do futebol brasileiro"

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, vice do Flamengo apostou que Ceni um dia chega à seleção

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo, afirmou que a cultura de troca de técnicos “é uma doença do futebol brasileiro”. A declaração foi feita no programa Os Donos da Bola, na Rádio Bandeirantes. Segundo ele, o Rubro-Negro viveu uma intensa troca de comando nos últimos anos e esse foi um dos pontos que a gestão Rodolfo Landim se propôs a mudar. 

“Antes de a gente chegar, nos últimos seis anos, o Flamengo teve 13 técnicos. Eu te afirmo que isso em nenhum lugar do mundo funciona. O Flamengo teve um técnico a cada quatro meses e meio, e um ponto que a gente entendia que deveria romper era essa atmosfera. Isso passa por quando você escolher um técnico, você acreditar no trabalho dele e ter resiliência. Às vezes, o resultado não vem no começo do trabalho. Isso (a troca frequente de técnicos) é uma doença do futebol brasileiro”, criticou. 

Ainda sobre a gestão do atual presidente, Braz acredita na reeleição de Rodolfo Landim. “Minha relação com o Landim é o melhor que tem, ele é o chefe. Acredito que o Landim vai continuar e fazer uma equipe para os próximos três anos, a equipe que ele bem entender, que ele entenda que seja pertinente", disse.

Sobre a possibilidade de criação de uma filial do clube fora do Brasil, em Portugal ou nos Estados Unidos, Marcos Braz teve cautela. “É um projeto embrionário de internacionalização da marca para que a gente possa ter uma filial fora do Brasil. O Flamengo tem dificuldades e situações adversas, então isso aí é um tema que está muito bem exposto… Isso aí é uma internacionalização e é muito pouco provável que nesse ano saia alguma coisa. Estamos analisando com calma para que a gente possa ter uma musculatura como os grandes clubes mundiais e não só da América Latina”, contou.

Braz ainda revelou o impacto da ausência de público por causa da pandemia no orçamento de 2020 e a relação com a venda de jogadores:  “Entre sócio-torcedor e bilheteria, R$ 140 milhões. É um dinheiro que a gente teve que aprender sem ele. E tivemos que fazer vendas aí. E, às vezes, o  torcedor não gosta e eu entendo. Por isso estamos sempre que estar ali apresentando nossas ideias, posições, que são duras às vezes. Temos que saber conviver com as críticas e elogios". 

Na última segunda-feira (26), o atacante Gabigol aceitou pagar R$ 110 mil para não ser processado por crime contra a saúde pública após ser flagrado em cassino ilegal em São Paulo. Para o vice-presidente, o Flamengo agiu da melhor forma no caso.  

“Você tem caminhos de tratar o assunto, não significa que o Flamengo ficou na inércia. Foi conversado com o jogador, exposto as posições do clube, ele deu sua versão e a gente entendeu. Depois de fazer o acordo com o Ministério Público, ele a partir de hoje não é devedor de absolutamente nada”, disse.

Já sobre a escolha de Rogério Ceni para comandar o Flamengo, Braz elogiou a postura profissional do técnico. "Quando eu entrei em contato com o Rogério, fizemos da melhor maneira possível porque ele estava empregado. Foi uma conversa rápida e franca. O Rogério foi muito honesto com a gente. Eu posso falar por mim, é um cara que tem uma metodologia de trabalho que funciona, trabalhador, chega a ser meio over porque só fala de trabalho. É um cara que eu posso te afirmar que será um técnico que terá oportunidade, mais na frente, em uma seleção brasileira", apostou. 

Marcos Braz conversou com Craque Neto, Gustavo Soler e Gabrielle Guimarães no programa Os Donos da Bola. Ouça a íntegra da entrevista no vídeo acima.

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