O maior jogador de basquete brasileiro da história e um dos principais atletas olímpicos diz que a Olimpíada de Tóquio deveria ser cancelada por causa da pandemia de coronavírus.
“Eu não sei como tem jogo de futebol, de basquete, sem público. O esporte é para o público ver. Se não tem público, para que o esporte?”, pergunta o Mão Santa. Ele lembrou os diversos casos de Covid-19 entre os jogadores de futebol e ressaltou que os clubes já criaram até setores para cuidar da doença. Ele ainda lembra das diversas aglomerações dos torcidores brasileiros: “Aí a torcida vai na porta do estádio, aqueles milhares de pessoas, a maioria sem máscara. Os times vão se responsabilizar por essas pessoas? Claro que não”.
Oscar acha difícil replicar uma bolha para os atletas olímpicos, como aconteceu com a NBA no ano passado. “Quem consegue fazer aquilo? Os americanos fizeram, mas também fecharam a Disney. Sabe qual é o tamanho da Disney em Orlando? Gigantesca. Quem tem essa capacidade? Imagina uma Olimpíada, que são mais de 10 mil atletas, como é que você vai fechar isso tudo?”, questiona ele.
Ele ainda disse que está seguindo à risca as recomendações de distanciamento social. “Eu não saio de casa. Eu sou um soldado do Brasil, a autoridade falou para ficar em casa, eu fico em casa. Saio com a minha máscara, não me misturo com um monte de gente. O que eu sei é que o vírus está aí e ele pode me pegar. Minha opinião é essa, doa a quem doer”, afirma.
Recentemente, a mãe do ex-atleta tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e ele demonstrou preocupação com o que ficou conhecido como as “vacinas de vento”. “Eu fiquei seguindo ela para ver se ela ia ser vacinada mesmo”, diz ele, que aguarda ansiosamente a segunda dose da mãe.
Oscar teve um câncer no cérebro e chegou a passar por cirurgias, mas já está recuperado. Entretanto, ele segue cauteloso. “Eu acho que eu estou (curado), mas não vou parar de tomar o remédio”.
O maior jogador da história do basquete brasileiro
Em uma época em que os jogadores da NBA não podiam disputar as Olimpíadas, Oscar recusou propostas do principal torneio de basquete do mundo para seguir defendendo as cores brasileiras. Ao todo, ele participou de cinco Jogos Olímpicos.
Ele lembra com orgulho das muitas conquistas, mas diz que carrega com ele o fato de nunca ter vencido uma Olimpíada. “A minha geração ganhou dois Sul-Americanos, duas Copas Américas, duas classificações olímpicas, ganhou o Pan-Americano, fomos quarto no Mundial e quinto em uma Olimpíada. E não ganhamos Olimpíada por culpa minha. Contra a União Soviética, um timaço, o (Arvydas) Sabonis jogava lá, eu tive a bola para ganhar o jogo e errei o arremesso”, recorda Oscar.