Esportes

Pesquisador contesta punição da FIFA à Rússia: "Nunca houve algo assim"

Em entrevista à Rádio Band News FM, Emanuel Leite Júnior traçou conflito russo com a Ucrânia com outros episódios no cenário mundial

Por Vinícius Batista

A FIFA anunciou uma drástica punição a Rússia e proibiu a seleção de disputar as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 assim como o Mundial do Catar. Mas a decisão tomada pela entidade gera questionamentos no cenário mundial.

O investigador de futebol no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, Emanuel Leite Júnior, contestou a escolha da FIFA e destacou que decisões não foram tomadas em outros episódios semelhantes.

“Eu queria lembrar que em 1973 a seleção soviética solicitou à FIFA que o jogo de volta do playoff da Copa do Mundo de 1974, contra o Chile, não acontecesse em Santiago, porque opositores do regime de Pinochet eram presos, torturados e assassinados no estádio Nacional. Mas a FIFA não atendeu ao pedido da União Soviética, que boicotou o jogo. O Chile ainda fez um gol simbólico e foi à Copa”, disse Emanuel, em entrevista à Rádio Band News FM.

O docente lembra de um episódio na Copa do Mundo de 1938 com a Alemanha, à época regida pelo nazismo, e a seleção da Áustria, país que foi anexado por Adolf Hitler.

“A Alemanha Nazista, em março de 1938, invadiu e anexou a Áustria, que havia chegado nas semifinais da Copa do Mundo de 1934. Mas a Alemanha extinguiu a seleção austríaca, convocou seis jogadores e jogou a Copa com a suástica como brasão. E a FIFA não interveio”, completou.

Por fim, Emanuel Leite Júnior destacou que as medidas vistas pela FIFA só foram vistas quando o apartheid esteve em vigor na África do Sul, que foi banida de todos os esportes e crê que a FIFA não volte atrás. “Com exceção do apartheid na África do Sul, nós não temos precedentes na história de punições a este nível por parte da FIFA”, finalizou.

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