Alessandro Barcellos, presidente do Inter, desmentiu em entrevista à Rádio Bandeirantes os rumores de que Thiago Galhardo poderia entrar em uma negociação pelo retorno do também atacante Luiz Adriano, hoje no Palmeiras, ao clube colorado.
“O Luiz Adriano sempre teve identidade com o clube e trabalhamos com alguma hipótese antes de ele vir para o Palmeiras. Mas hoje essa hipótese é remota, impossível. O Thiago está integrado ao nosso elenco, tem dado uma resposta importante e a gente conta com ele para a temporada. São dois grandes jogadores, dois goleadores, neste momento o Thiago talvez até esteja mais atuante, mas não existe nada”, afirmou.
O dirigente disse ainda que só questões jurídicas impedem o Inter de anunciar oficialmente a contratação do zagueiro Bruno Méndez, emprestado pelo Corinthians. “É um atleta monitorado pelo clube, revelação do Uruguai e pelo qual o Corinthians pagou um valor razoável. Acreditamos que aqui ele terá espaço para retomar o ritmo de jogo e atuar da forma que já atuou e que inclusive despertou o interesse do Corinthians”.
Ainda em relação ao mercado, Barcellos citou a dívida do clube, que se aproxima dos R$ 600 milhões, para justificar a decisão da diretoria em emprestar alguns atletas ao Porto com opção de compra e de vender o meia Praxedes ao Red Bull Bragantino por 6 milhões de euros (cerca de R$ 37 milhões).
“Pelo nosso orçamento a previsão de venda deste ano está na casa de R$ 90 milhões e é necessário que a gente busque realizar essa receita. Dentro do possível a gente segura atletas, mas nosso déficit na temporada passada foi de R$ 91 milhões. O que queremos é mudar essa lógica que acompanha o Inter há mais de 10 anos que é vender um ou dois atletas por ano para pagamento de despesas”, disse Barcellos.
Sobre a demissão do técnico espanhol Miguel Ángel Ramírez, o presidente afirmou que a perda do título gaúcho para o Grêmio e a eliminação precoce na Copa do Brasil diante do Vitória tornaram a situação insustentável.
“Passamos a enxergar que não havia a possibilidade de um avanço maior no trabalho, independentemente da pressão de torcida e da imprensa. Continuamos achando que o Miguel tem grande capacidade e um futuro imenso pela frente. Mas naquele momento não havia as melhores condições para o trabalho continuar”.
Barcellos também falou sobre a mobilização dos clubes da Série A e da Série B sobre a criação e organização de uma liga nacional e definiu o momento como histórico. “Não queremos aumentar a diferença de receita de quem ganha mais e menos, mas aumentar o bolo a ser dividido. Isso já acontece em muitos países do mundo. O Brasil é um dos poucos que não tem uma liga própria”, concluiu.