Não me lembro do dia que me tornei santista. Lembro dos gatilhos. A final do Brasileiro de 83, a contratação do Rodolfo Rodrigues, o Paulista de 84.
Fui fisgado de maneira indefensável. Mesmo sem ter um único torcedor do Santos na família. E agradeço aos deuses da bola todos os dias por isso.
O futebol norteou minha vida profissional, virei jornalista esportivo, e o Santos deu sentido a tudo. O orgulho de ser santista, pertencer ao clube que mudou o futebol, colocou o Brasil no mapa da Bola e abrigou o maior jogador da História não tem preço.
O Santos é uma paixão que eu consegui transmitir aos meus filhos. Apresentar meus ídolos e eles, leva-los na Vila Belmiro, comprar uma camisa para eles, vê-los vibrar e sofrer com o time é um prazer, um sentimento de dever cumprido e de dívida paga. Afinal, o Santos me deu tanto e eu precisava devolver de alguma forma.
Virou momento de união, diversão em família, continua no meu cotidiano, fiz questão de mantê-lo. Nada que me apaixonou na infância segue comigo, só o Santos.
Que este sentimento que trago comigo, que me deu vontade de sentar na frente do computador para escrever, que me emociona e me arrepia, permaneça em mim por muitos e muitos anos ainda.
A gente cresce e percebe que o futebol tem suas mazelas, não é tão mágico quanto parece. Mas para o torcedor do Santos ele não muda. É paixão, magia e alegria, sempre.
Guilherme Graziano é editor do Show do Esporte