Amanda Rodrigues é comunicadora (PUC-RJ), astróloga e psicoterapeuta Junguiana. Criadora do @astrodica, onde compartilha sua paixão pela vida e espiritualidade. Acredita que a astrologia é uma bússola essencial que guia os nossos processos e progressos. Através do seu método, a Astrologia do Feminino, ajuda milhares de pessoas a viverem a sua melhor versão.
Vim conversar sobre um dos trânsitos mais temidos da astrologia, e não, não é o mercúrio retrógrado. É o retorno de Saturno, que marca nosso processo de adultecimento e, dentro da astrologia, é um rito de passagem. Ele representa justamente um salto de experiência dentro da fase que estamos atravessando na vida.
Ele acontece pela primeira vez entre os 27 e 30 anos, marcando nossa entrada para a vida adulta. Depois, ele volta a acontecer dos 57 aos 60 anos, quando damos as boas-vindas a essa energia anciã de sabedoria. Depois, dos 87 aos 90 anos, ingressamos no rito de passagem para a vida eterna.
Saturno é o planeta da disciplina e do amadurecimento, que vem por meio das experiências e das vivências. Ele é o grande senhor do tempo e fala que tudo tem seu início, meio e fim. Tanto que, na astrologia tradicional, ele é considerado o deus da morte, aquele que passa sinalizando o fim de algo.
Ele não representa somente o fim, mas também um recomeço, afinal de contas, a foice de Saturno é um símbolo dentro da agricultura que traz a possibilidade de arar o solo e plantar as sementes daquilo que desejamos ver crescer, florescer e colher na vida.
O retorno de Saturno acontece quando o planeta no céu volta à posição em que estava no nosso mapa natal, o que ocorre aproximadamente a cada 30 anos. Ou seja, o astro leva cerca de três décadas para dar a volta no zodíaco e atravessar todos os 12 signos astrológicos.
É um período em que precisamos repensar a sustentabilidade das nossas ações e aprender a respeitar nossos limites. Somos convidados a fazer sacrifícios ou encarar frustrações, desafiando a capacidade de ver a realidade nua e crua. É somente enxergando o real, sem distorção, projeção ou idealização, que podemos fazer algo para transformá-la.
É fácil esse período? Não posso romantizar, porque é realmente um período desafiador. Mas, por outro lado, é extremamente empoderador e fortalecedor, uma vez que precisamos assumir a responsabilidade pela nossa vida.
As dicas para atravessarmos esse período é ativarmos a autocompaixão, o autoperdão e o autorrespeito. É buscarmos sair do controle, da cobrança e da rigidez para entrar em um movimento de autocuidado, autoacolhimento e autoaceitação. Ressignifique sua vulnerabilidade e se permita descansar mais e sair de um lugar de automatismo.
Eu gosto muito de ativar a Lua no mapa astral, que traz uma consciência do tempo diferente da de Saturno. Ela vai falar sobre o acolhimento da nossa natureza, que ora é mais expansiva e ora é mais interiorizada. Nossa capacidade de respeitar esses estados faz com que tudo flua muito melhor.
O retorno de Saturno, porém, não é só sobre desafio e construção, mas também sobre colheita. Se tem algo que o período não deixa passar batido é nossa dedicação. Pode ter certeza de que todo esforço que você tiver será recompensado.
