Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, réu por matar o sargento Roger Dias, no dia 5 de janeiro, em Belo Horizonte, quando estava foragido de uma “saidinha”, vai passar por exame de incidente de sanidade mental. O pedido foi feito em um processo que ele responde por furto, mas pode influenciar no julgamento do caso da morte do PM. Com o pedido, fica suspenso o juri e cancelada a audiência marcada para esta quinta-feira (16).
O argumento da defesa encaminhado ao Ministério Público é de quadro de esquizofrenia e transtorno bipolar. Em prontuário, um médico cita que o paciente diz ouvir vozes que "mandam fazer coisas ruins".
Welbert passará por perícia, com avaliação psiquiátrica no IML e, caso seja considerado inimputável ou semi-imputável, o laudo afeta também o processo do homicídio do sargento Roger Dias. De acordo com o Código Penal, ele não poderia mais cumprir pena, sendo restrito a medidas de segurança como internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado e sujeição a tratamento ambulatorial.
Além da perícia, a defesa também solicitou a transferência do detento da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, alegando que a "ausência de câmeras de segurança no interior da cela implica em risco para a integridade física" do preso. A Justiça determinou que seja expedido um ofício ao diretor-geral da penitenciária, para informar se a ausência de câmeras implica em risco a integridade do acusado.
O acusado foi preso em flagrante em julho de 2023, suspeito de furtar um veículo no bairro Monsenhor Messias, em Belo Horizonte. Ele disse aos militares que recebeu uma chave micha e R$ 500 de um terceiro pelo crime.
O sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar foi baleado aos 29 anos durante uma perseguição no bairro Novo Aarão Reis, região Norte de Belo Horizonte, em 5 de janeiro. O autor do crime estava foragido da Justiça, após não retornar da saída temporária de fim de ano.
Morte de PM reacendeu discussão por fim da saidinha
O caso da morte do sargento fez voltar a ganhar força o projeto que restringe as regras para a concessão de benefícios de “saidinhas” a detentos. O projeto foi aprovado no Senado e Congresso, mas teve parte de seu texto vetada pelo presidente Lula. O texto ainda não tem data para voltar ao Congresso, que pode derrubar o veto presidencial.