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Foragido em saidinha que matou PM pode ter julgamento suspenso por esquizofrenia

Sargento Roger Dias foi morto a tiros durante perseguição Welbert Farias, que não havia retornado da saidinha de Natal

Mariana Reis

Em prontuário, o médico cita que paciente diz ouvir vozes que "mandam fazer coisas ruins"
Em prontuário, o médico cita que paciente diz ouvir vozes que "mandam fazer coisas ruins"
Redes Sociais | Reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais acatou ao pedido de incidente mental solicitado pela defesa do homem foragido que atirou e matou o sargento Roger Dias da Cunha, em Belo Horizonte, no início do ano. Com isso, a primeira audiência de julgamento de Welbert de Souza Fagundes, marcado para a próxima sexta-feira (17), pode ser adiada.

A defesa alega ter sido surpreendida com a suspeita de esquizofrenia e transtorno bipolar do cliente, identificada em laudo por um médico psiquiátrica em atendimento na Nelson Hungria, em Contagem, onde Welbert está preso. Em prontuário, o médico cita que paciente diz ouvir vozes que "mandam fazer coisas ruins" e cita 5 medicamentos controlados que o detento faria uso e recomenda avaliação por psiquiatra forense.

A petição protocolada pelo advogado Bruno Torres pede que Welbert passe por perícia antes das audiências, visto que o laudo pode influenciar na pena, reduzida de um a dois terços para agentes em perturbação de saúde mental. Considera ainda, que as alegações do detento, de que é vítima de torturas no presídio, podem não ser verdadeiras diante do quadro.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Welbert matou o militar com à tiros durante perseguição policial, no dia 5 de janeiro. Ele tinha sido beneficiado com a saidinha temporária de Natal, no fim de 2023, e não havia retornado ao sistema prisional, o que o tornou um foragido da Justiça. 

Morte de PM reacendeu discussão por fim da saidinha

O caso da morte do sargento fez voltar a ganhar força o projeto que restringe as regras para a concessão de benefícios de “saidinhas” a detentos. O projeto foi aprovado no Senado e Congresso, mas teve parte de seu texto vetada pelo presidente Lula. O texto ainda não tem data para voltar ao Congresso, que pode derrubar o veto presidencial.

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