Apreendido há muitos anos pela polícia, um acervo de peças de religiões africanas finalmente será transferido para um museu no Rio de Janeiro.
Durante décadas, um acervo histórico e de fé foi reivindicado por seguidores de religiões afro-brasileiras. São Instrumentos musicais, animais e imagens consideradas sagradas guardadas no Museu da Polícia Civil do Rio de janeiro
Após anos de perseguição, a comunidade religiosa vai receber o acervo de volta.
Perseguição e preconceito
O Brasil passou a ser oficialmente um Estado laico em 1891. Mas isso não impediu a perseguição à umbanda e ao candomblé. As crenças de origem africana não eram consideradas religiões pelo Código Penal.
O acervo de mais de 523 peças foi apreendido como magia negra.
O conceito foi revisto nos anos 1940, mas, na prática, as apreensões duraram até a década de 1960.
Das centenas de peças, quase 180 são tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional. Com o acordo, o acervo será transferido para o Museu da República.