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Hamas promete responder a novo acordo egípcio-israelense

Egito e outros países se movimentam para diminuir as tensões na região

Por Moises Rabinovici

Hamas chegou a negar acordo com Egito
Hamas chegou a negar acordo com Egito
Reuters

O Hamas promete responder a um novo projeto de acordo egípcio-israelense nesta segunda-feira (29). A França enviou seu chanceler ao Líbano para apaziguar o Hezbollah. E o secretário de Estado americano Antony Blinken está na Arábia Saudita e vai esta semana a Israel, onde, terça-feira, se encerra o Pessach, a Páscoa judaica, que já foi o marco para a ofensiva contra Rafah.

Se o governo israelense rejeitar um acordo de reféns apoiado pelos serviços de segurança, “ele não terá o direito de continuar a existir”, declarou o ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz. Outro ministro israelense, o das Finanças, Smotrich, exige, ao contrário, que o primeiro-ministro Netanyahu não cancele a operação em Rafah, caso em que o partido de extrema-direita Sionismo Religioso poderá derrubá-lo, abandonando o governo da “rendição humilhante”. O ministro da Segurança Nacional, Bem Gvir, acrescentou: “Um acordo imprudente equivale à dissolução do governo”.

O Hamas divulgou um vídeo com mais dois reféns israelenses que levou às ruas milhares de manifestantes em Telavive e Jerusalém no sábado à noite. As declarações dos dois reféns, Omri Miran, 47 anos, húngaro-israelense, e Keith Siegel, 64 anos, americano-israelense, sugerem que foram filmados recentemente, pois se referem ao Pessach, o feriado que está no penúltimo dia. Antes, durante a semana, o Hamas divulgou um vídeo com o refém Hersh Golberg-Polin, americano-israelense, que perdeu um dos braços ao ser capturado em 7 de outubro.

As autoridades israelenses consideram os vídeos parte de uma guerra psicológica e partem do princípio de que os reféns foram coagidos a falar. Para eles, há cerca de 130 reféns restantes nos túneis de Gaza, 30 dos quais podem ter morrido nos sete meses de cativeiro.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, assegurou à imprensa que Israel concordou em considerar as preocupações dos EUA antes de iniciar uma ofensiva contra Rafah. Ele demonstrou alguma esperança de paz ao afirmar: “O que esperamos é que, após seis semanas de um cessar-fogo temporário, possamos talvez conseguir algo mais duradouro”. O site Axios, de Washington, publicou que o novo plano de trégua inclui a disposição de “restaurar a calma sustentável em Gaza”, desde que os reféns sejam libertados.

Uma delegação do Hamas, com Khalil al-Hayya à frente, estará no Cairo, nesta segunda-feira, para entregar a resposta ao último plano de trégua, considerado por Israel o último antes de atacar Rafah. “O Hamas está aberto a discutir a nova proposta de forma positiva”, declarou.

Para o jornalista Tom Friedman, veterano correspondente no Oriente Médio do jornal New York Times, a escolha de Israel é entre Rafah e Arábia Saudita. Um elimina o outro. A alternativa saudita abriria para Israel a paz com o mundo árabe, traria uma força multinacional árabe para Gaza, ampliaria uma aliança contra o Irã, e teria a gratidão do presidente Biden, que afastaria um dos maiores obstáculos à sua reeleição, o conflito em que os EUA se envolveram, e a conquista de novos eleitores.

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