A guerra na Ucrânia completa nesta quarta-feira (24) seis meses. Por coincidência, também é o dia da independência ucraniana.
A escalada de tensão entre os dois países começou com a intenção da Ucrânia de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. O presidente russo Vladimir Putin tratou a negociação do país do leste europeu como uma afronta e decidiu dar início a uma invasão que dura até hoje, sem previsão de término.
Confira a cronologia dos acontecimentos que resultaram no conflito entre Rússia e Ucrânia.
21 de fevereiro
O presidente da Rússia Vladimir Putin assinou um documento reconhecendo a independência das repúblicas separatistas de Luhansky e Donestsk, no leste ucraniano.
22 de fevereiro
Estados Unidos, União Europeia e o Reino Unido anunciaram as primeiras sanções contra a Rússia. O pacote inclui restrições que atingem bancos russos.
23 de fevereiro
O Reino Unido também aplicou sanções à Rússia, como o veto e exportação de bens, tecnologia e moedas da União Europeia.
24 de fevereiro
Na madrugada do dia 24 de fevereiro, o exército russo invadiu a Ucrânia pelo ar, terra e mar com bombas e mísseis. Ouvia-se as explosões do bombardeiro protagonizado pela Rússia em várias cidades, inclusive na capital Kiev.
O presidente da Rússia Vladimir Putin chamou a invasão de “operação militar especial” buscando a desmilitarização no leste do país.
25 de fevereiro
24 horas após a invasão, as forças armadas ucranianas foram mobilizadas.
28 de fevereiro
Um comboio russo se aproximou de Kiev e houve a primeira rodada de negociações entre os dois países.
01 de março
O prédio da administração regional de Kharkiv foi bombardeado, assim como a Torre de televisão de Kiev.
3 de março
A Usina Nuclear de Zaporizhzhya, a maior da Europa, foi atacada pela Rússia, resultando em incêndio. O fogo atingiu o terceiro, quarto e quinto andar de um prédio, que fica ao lado do complexo de reatores. As chamas foram apagadas no dia 3 de março, não houve vazamento de material radioativo e nenhum dos reatores foi atingido.
O ministro de relações públicas da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse em rede social que caso houvesse explosão na usina, mesmo que somente um reator esteja ativo, seria dez vezes maior que Chernobyl.
18 de março
Vladimir Putin fez um discurso em um estádio lotado de apoiadores, para comemorar os oito anos da anexação da Crimeia. Depois, Moscou decidiu focar a guerra na região de Donbass, no leste ucraniano.
29 de março
Negociadores ucranianos e russos se reuniram em Istambul, na Turquia.
2 de abril
Foi descoberto um massacre na cidade de Butcha, cidade vizinha de Kiev. Mais de 400 corpos foram encontrados pelas ruas. O presidente Zelensky acusou a Rússia de genocídio e crime de guerra.
21 de abril
Putin declara vitória em porto de Mariupol, cidade da costa sudeste, após dois meses de cerco, mas combatentes ucranianos ainda estavam concentrados em uma siderúrgica da cidade.
18 de maio
Os ucranianos que estavam na siderúrgica perderam a última batalha em Mariupol e cerca de 950 combatentes se renderam.
23 de junho
A União Europeia concede status de candidata à Ucrânia em momento histórico./ Mês também marcado por cúpulas da OTAN e do G7 sobre a guerra.
27 de junho
A cúpula do G7 se reuniu no sul da Alemanha. O presidente Zelensky participou da reunião e fez um apelo aos líderes das sete maiores economias do planeta para que a guerra com a Rússia termine até o inverno europeu, que acontece em dezembro.
5 de julho
Países da Otan assinam protocolo de entrada de Finlândia e Suécia.
1 de agosto
Após assinatura de acordo entre Ucrânia e Rússia mediados pela ONU e pela Turquia em 22 de julho, os primeiros navios ucranianos cheios de grãos deixaram o porto de Odessa. Estima-se que, naquele período, 22 milhões de toneladas de grãos ficaram retidos em solo ucraniano desde a invasão russa.
5 de agosto
A Rússia voltou a atacar a usina nuclear de Zaporizhzhya. Rússia e Ucrânia acusam um ao outro de ser o autor dos bombardeiros.
20 de agosto
Darya Duguína, filha de Alexander Dugin - um aliado e considerado o guru de Vladimir Putin - morreu após o carro que estava dirigindo explodir na região de Moscou.
A Rússia acusa a Ucrânia pela morte de Darya, já o país de Zelensky nega.
Consequências do conflito
- Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o conflito gerou, até agora:
- 5.587 mortes de civis, sendo 360 crianças e adolescentes;
- O número de feridos é estimado em oito mil, mas deve ser maior já que o acesso à informação é difícil na região;
- O governo ucraniano confirmou a morte de nove mil soldados durante esse período;
- O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, diz que 80 mil soldados da Rússia foram mortos ou feridos.