A Assembleia Legislativa de São Paulo inicia nesta quarta-feira (10) a análise do caso de importunação sexual denunciado pela deputada Isa Penna, do PSOL, contra Fernando Cury, do Cidadania. As informações são do repórter Lucas Herrero, da Rádio Bandeirantes, no Bora Brasil.
No dia 16 de dezembro, o deputado foi flagrado tocando e abraçando a parlamentar, que estava de costas, durante uma sessão na Alesp que votava o orçamento do estado.
Como a acusação foi protocolada no dia seguinte, 17, e a Alesp entrou em recesso parlamentar, o pedido só voltou a ter andamento a partir do dia 1º de fevereiro.
Isa pede ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da casa a cassação do mandato de Fernando e nesta terça-feira, 9, ela se manifestou sobre o início do processo.
“Quero que as mulheres que me mandaram mensagem saibam que a gente sabe o que é assédio. A gente não precisa que ninguém ensine para gente o que é assédio. Independentemente do que acontecer a luta continua para que a gente possa trabalhar e exercer nossos direitos políticos, todos eles sem sermos assediadas”, disse.
Defesa do deputado
Já Cury, representado pelo advogado Roberto Delmanto Júnior, apresentou uma defesa prévia de 32 páginas em que nega ter havido assédio, ato libidinoso ou sexual e sim um "rápido e superficial abraço".
O advogado pede que o cliente não seja julgado pelo "machismo da sociedade brasileira" e que levem em consideração o que ele fez no passado, citando que o deputado nunca foi acusado de assédio.
Andamento do processo
Antes da votação sobre a admissibilidade do caso, o Conselho de Ética vai julgar dois pedidos: a deputada solicita a suspeição de Alex Madureira, do PSD - que faz parte do colegiado -, já que o parlamentar conversou com Cury e teria até tentado impedi-lo imediatamente antes da ocorrência.
O acusado pede a suspeição de três membros: Érica Malunguinho, Carlos Gianazzi e Mônica Seixas, por serem do PSOL, mesmo partido de Isa, e por terem um comprometimento prévio com a defesa da deputada.
O que pode acontecer?
Caso a admissibilidade seja votada e aprovada pela maioria dos nove deputados - sendo mulher apenas a presidente, Maria Lúcia Amary, do PSDB - um relator será escolhido e terá 15 dias para apresentar um parecer.
Existe a possibilidade de o caso ser arquivado ou o deputado pode ser censurado, receber uma advertência verbal, ser suspenso e até mesmo cassado.
Nas possibilidades mais graves, o plenário da Alesp precisa aprovar a decisão do Conselho de Ética por maioria simples.