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Após fala racista, Psol pedirá a cassação do vereador Camilo Cristófaro

Camilo Cristófaro, em áudio vazado em sessão na Câmara Municipal de São Paulo, disse: "Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?"

Da redação com Maju Arruda Leite

Vereador disse que lavar calçada é coisa de preto
Vereador disse que lavar calçada é coisa de preto
Afonso Braga/Câmara Municipal de São Paulo

Após fala racista do vereador Camilo Cristófaro (PSB) durante sessão na Câmara Municipal de São Paulo, o Psol informou, nesta quarta-feira (04), que entrará com um pedido de cassação do parlamentar.

Apurações da Band destacam que o documento será protocolado às 15h de hoje. Ainda nesta manhã, Cristófaro foi desligado do PSB. O próprio vereador já havia solicitado o desligamento da legenda por meio de uma carta, em 28 de abril.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente do PSB em São Paulo, Jonas Donizette, disse que o pedido foi aceito depois do vazamento da fala de cunho racista em plenário. Na ocasião, Cristófaro, sem saber que seria ouvido, disse: "Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?" (ouça abaixo).

No mesmo dia, o vereador deu dois motivos para a fala. Em vídeo, ele disse que se referia ao trabalho que dar ter carros antigos (fuscas) pretos. Depois, já na Câmara Municipal, disse que a declaração foi uma brincadeira com um amigo negro.

O vereador participava de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga aplicativos de transportes que atuam em São Paulo. Após o vazamento, a vereadora Luana Alves (Psol) solicitou a interrupção dos trabalhos por alguns minutos. 

Corregedoria investiga

O caso segue em apuração pela Corregedoria do parlamento. O presidente da Casa, Milton Leite (DEM) demonstrou indignação. Em nota divulgada ainda ontem, o parlamentar reforçou a atuação da Câmara na investigação.

“Como negro e presidente da Câmara, tenho lutado com todas as forças contra o racismo, crime que insiste em ser cometido dentro de uma Casa de Leis e fora dela também. O caso será apurado pela Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo”, escreveu na nota.

Em outra ocasião, em 2019, Cristófaro foi acusado de racismo por chamar o vereador Fernando Holiday (Novo) de “macaco de auditório”, também em plenário. Na época, o caso foi denunciado à Corregedoria.

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