Aras pode ser convocado pelo Senado para explicar ações da PGR após relatório da CPI da Covid

Randolfe Rodrigues disse que o País não vai permitir que as conclusões da comissão sejam "engavetadas"

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Augusto Aras, procurador-geral da República pode ser convocado em breve pelo Senado para explicar o que foi feito até agora pelo órgão após a entrega do relatório final da CPI da Covid, que atribuiu crimes na pandemia ao presidente Jair Bolsonaro e outras 79 pessoas e empresas. A afirmação foi do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), à Rádio Bandeirantes nesta quarta-feira (17).

Em entrevista para José Luiz Datena, o senador afirmou que o prazo para a apresentação de “uma satisfação mais concreta” por parte do procurador termina na semana que vem.

“Montamos um observatório da pandemia pós-CPI exatamente para isso, porque é inaceitável e os brasileiros não tolerarão seis meses do trabalho da CPI, acompanhado como foi, ser colocado em uma gaveta, ter tido como resposta uma ‘investigação preliminar’, ou seja dito por um ou por outro, como nós vimos no caso do Ministério Público do Rio de Janeiro, que as informações são superficiais. Tenho consciência que nós fizemos o nosso trabalho. O que nós queremos do Ministério Público agora que é ele faça o dele”, garantiu Randolfe.

Bolsonaro mente descaradamente, diz Randolfe sobre reajuste a servidores com PEC aprovada

O líder da oposição no Senado não poupou críticas à declaração de Bolsonaro sobre a promessa de reajuste a todos os servidores federais caso a PEC dos Precatórios, que dribla o teto de gastos, seja aprovada no Senado.

“O presidente, ao declarar isso [reajuste dos servidores] ontem fez a sua especialidade: mentir. Na tal ‘PEC do Calote’, não tem um espaço aberto para reajustar o salário dos servidores, Datena. Achei muito interessante ele falar ontem: ‘Com a PEC do Calote aprovada, nós vamos ter reajuste de servidores’. Eu me pergunto: onde?”, disse alertando que a aprovação da proposta pode trazer mais instabilidade para a economia brasileira, afetando os mais pobres.

“O presidente faz duas coisas desde o início do mandato: não trabalha e mente descaradamente todo dia. Ontem foi mais uma mentira. Não tem margem alguma para reajuste de servidor”, afirmou. 

Randolfe ainda criticou a polêmica sobre as emendas de relator, suspensas pelo STF. O senador afirmou que “existe um comércio de emendas” e chamou o orçamento secreto de “maior escândalo de corrupção do Brasil”.

Para ele, o valor destinado nas emendas de relator poderia financiar o Auxílio Brasil. Ele acredita que, como está, o texto não terá os votos suficientes para ser aprovado no Senado.

“Hoje, eu conto de 30 a 35 votos contra esse texto da PEC. Pode se ter ajustes? Pode ter debate para ajustar”, analisou. A proposta, que precisa de 49 votos dos 81 senadores em dois turnos para ser aprovada no Senado, é a principal aposta do governo para garantir o financiamento do Auxílio Brasil de R$ 400 a partir de dezembro.

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