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Boate Kiss: técnico de banda confirmou ter cortado som do palco: "Errei"

Venâncio Anschau, sonorizador da banda Gurizada Fandangueira, disse que grupo usava artefatos pirotécnicos em shows e se emocionou em depoimento

Por Ticiano Kessler

Três testemunhas e um informante foram ouvidos no júri popular do caso da Boate Kiss durante o sétimo dia do julgamento dos acusados pelo incêndio que aconteceu nesta terça (7), em Porto Alegre.

O sonorizador da banda Gurizada Fandangueira confirmou que o grupo usava artefatos pirotécnicos nas apresentações. Venâncio da Silva Anschau se emocionou ao admitir que foi ele quem cortou o áudio dos microfones usados pela banda quando o incêndio começou - o que teria impedido que o público fosse avisado do que estava acontecendo.

“Eu desabilitei. Errei, mas desabilitei o áudio”, disse o operador, emocionado. Venâncio disse que, quando cortou o som, ainda não tinha entendido o que estava acontecendo.

O depoimento mais longo do dia foi do bombeiro que coordenou a operação de resgate das vítimas. Gérson Pereira afirmou não conseguir falar do cenário que encontrou ao chegar na boate.

“Não tem como relatar, doutor. É difícil relatar. É uma imagem muito forte, até para um profissional de segurança. Muito forte. Não tem condições. Eu até preferia não descrever isso", disse, com a voz embargada.

O bombeiro responsável pelo resgate no dia da tragédia da Boate Kiss confirmou que a casa noturna estava com o alvará vencido, mas que poderia funcionar mesmo assim.

Outras duas pessoas prestaram depoimento nesta terça: uma arquiteta e o dono de outra casa noturna da cidade. No total, 24 pessoas já falaram no júri até aqui.

Para esta quarta (8) estão previstos mais quatro depoimentos de testemunhas. Entre elas, o de César Schirmer, que era prefeito de Santa Maria na época da tragédia.

A expectativa é que, nos dias seguintes, os réus comecem a ser interrogados.

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